Papa Júlio II e Portugal

O pontificado de Júlio II coincidiu com o período áureo dos Descobrimentos portugueses. Como tal, alguns dos momentos mais importantes da ligação da Santa Sé governada por Júlio II e Portugal tiveram a ver precisamente com a partilha do novo mundo.

Depois da descoberta do Brasil, por Pedro Álvares Cabral, em 1500, D. Manuel I, o Venturoso, sentiu cada vez mais a necessidade de ver reconhecida e reafirmada pela Santa Sé a posse das terras descobertas. Neste sentido, a pedido do soberano português, Júlio II através da bula Ea, quae pro bono pacis (26 de Janeiro de 1506) ratificou a Capitulação da Partição do Mar Oceano, mais conhecida como o Tratado de Tordesilhas.

Júlio II dirigiu outras bulas a Portugal. De um ponto de vista cronológico, a primeira data de Julho de 1505, altura em que o Santo Padre comunicou a D. Manuel a transferência de D. Diogo de Sousa do Bispado do Porto para Arcebispado de Braga.

Para além das questões administrativas e até políticas, as relações entre Portugal e Júlio II ficaram marcadas também por um estreitamento e reforço das relações diplomáticas e pessoais. Neste contexto, o pontífice ofereceu a D. Manuel I um conjunto de estátuas em faiança renascentista, de origem florentina, cuja autoria é atribuída a Andrea Sansovino. Entre essas imagens, destaque para a de São Jerónimo (imagem essa que o soberano veio a doar ao Mosteiro dos Jerónimos).

O apreço de Júlio II por D. Manuel I ficou ainda demonstrado a 18 de Junho de 1506, quando a Santa Sé concedeu ao rei de Portugal a Rosa de Ouro, que apenas era oferecida aos principais soberanos católicos.