Império Romano do Oriente

O Império Bizantino, que teve em Constantinopla a sua gloriosa capital, foi o fiel depositário do legado do Império Romano durante séculos, precisamente até meados do século XV, quando foi aniquilado pelos otomanos.

Constantinopla desenvolveu-se a partir de uma pequena colónia grega fixada na então denominada Bizâncio, no lado europeu do Estreito de Bósforo, entre o Mar Negro e o Mar Mediterrâneo e entre a Europa e a Ásia. Foi nesse preciso local que Constantino I mandou construir a cidade que iria ficar com o seu nome e que também se designaria por "Nova Roma", tais eram as perspectivas grandiosas que se prognosticavam e que se vieram a confirmar ao longo dos séculos.

Um dos maiores imperadores do Império Romano do Oriente foi Justiniano I, que reinou entre 527 e 565. Sentindo-se mais poderoso do que qualquer um dos seus antecessores, encetou uma série de reconquistas. A par disso, no campo religioso, aboliu várias heresias que debilitavam o poder e a credibilidade da Igreja.

Refira-se que os habitantes do Império Bizantino nunca conheceram ou utilizaram este tipo de designação. Até ao último dos seus dias, Constantinopla considerou-se como Império Romano e todos os seus habitantes se reconheciam no estatuto de cidadãos romanos.

O Império Romano Oriental, também denominado Bizantino por ter a sua capital em Bizâncio, ou Constantinopla, surgiu da divisão do Império Romano em 395 d.C. e perdurou até ao dia em que os turcos ocuparam a capital, em 1453. Durante o século VI o imperador Justiniano (527-565) sonhou recompor o Império Romano e conquistou territórios do Ocidente: o Norte de África, a Península Itálica e parte da Península Ibérica graças à estratégia militar dos generais Belisario e Narsés. No entanto, este domínio foi breve, porque os muçulmanos conquistaram o Médio Oriente, o Norte de África e a Península Ibérica nos séculos VII e VIII.

A partir do século XII, o território do império foi atacado por diversos inimigos externos, especialmente pelos turcos, e se foi reduzindo progressivamente. As incursões dos cruzados, que estabeleceram, por iniciativa dos venezianos, um império latino em Constantinopla, também contribuíram para o enfraquecimento do império. Os bizantinos recuperaram o controlo do império com Miguel VIII (1261-1282). No século XIV, salvaram a capital do assédio dos turcos otomanos, mas não puderam evitar que o resto do império caísse. Finalmente, em 1453, os turcos ocuparam Constantinopla e o Império Bizantino chegou ao fim.

O Império Bizantino, ou Império Romano do Oriente, desenvolveu-se durante toda a Idade Média com uma extensão territorial bastante vasta (variável ao longo dos tempos) até o momento em que os turcos conquistaram a sua capital, Constantinopla, em 1453. As datas mais importantes da sua história são o ano de 330, quando a capital do Império Romano foi transferida de Roma para Constantinopla; e o ano de 476, quando o Império do Oriente é o único a sobreviver, depois da queda de Roma. Sob o comando de Justiniano (527-565), o Império Bizantino atinge a sua expansão máxima. A cidade de Ravena, na Itália setentrional, passa a ser a sede do poder bizantino na Itália. Brevemente, essa cidade transformar-se-á no centro cultural mais avançado da Península Italiana. De Ravena, a cultura bizantina, que era frequentemente contaminada pelas civilizações bárbaras, difundiu-se em Roma e no norte da Itália. Na arte, a tradição bizantina predominou por muito tempo, chegando até ao século XII.