Nicolaísmo

A questão do nicolaísmo colocou-se no seio da Igreja fundada por Jesus Cristo menos de um século depois da sua morte. Os nicolaitas defendiam o casamento dos padres, ou seja, não admitiam o celibato eclesiástico imposto pela igreja romana. Contudo, não eram, como é muitas vezes sugerido, seguidores de São Nicolau nem de personagem alguma de nome Nicolau.

O papa Gregório VII, de verdadeiro nome Hildebrando, eleito em 1073, proibiu o casamento dos eclesiásticos, por forma a combater o nicolaísmo. Lutou igualmente contra a simonia, uma prática que consiste na venda e compra de bens espirituais ou de cargos religiosos.

A crise interna na igreja foi muitas vezes provocada pela imoralidade de parte do clero. Para os opositores ao nicolaísmo, esta prática retrata exatamente a falta de regra moral dessa parcela do clero, pois o casamento dos eclesiásticos levava-os a uma maior preocupação com os bens materiais, que seriam deixados por herança a seus filhos, reforçando-se um comportamento mundano.

Por outro lado (e não faltam ao longo dos primeiros séculos exemplos dessa prática), os nicolaitas defendiam a sucessão dos seus filhos nos próprios cargos eclesiásticos.