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Friedrich Nietzsche

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Mensagem por Fundador 2nd maio 2011, 18:06

Friedrich Nietzsche Nietzsche_perusio
Friedrich Nietzsche
"... sim já sei de onde venho... tudo o que tocam as minhas mãos se torna luz e o que lanço não é mais do que carvão. Certamente, sou uma chama!" - Nietzsche, 1888

Vida de Cigano

Quem o conheceu naquela época, entre 1880-90, não deixou de se comover ao vê-lo. Friedrich Nietzsche, devastado por uma miopia de 15 graus, andava como que às cegas, tateando com as mãos ou com a bengala o perigoso espaço embaçado que imaginava na sua frente. Desde que o aposentaram precocemente aos 34 anos da Universidade de Basiléia na Suíça, deu-se a ter uma vida de pobre cigano, arrastando-se de pensão em pensão, de quarto em quarto, por cidades italianas (Gênova, Veneza, Sorrento, Turim), francesas, (Nice) ou recantos suíços (como Sils-Maria). Se bem que nascido em Röcken, em 15 de outubro de 1844, no coração da Saxônia, pode-se dizer que Nietzsche passou seu tempo de adulto mais fora do que dentro da Alemanha.

O pai, um pastor, parece que talentoso, um monarquista convicto e preceptor de princesas, batizou-o com o nome dos reis prussianos - Frederico. Deu-lhe o nome e infelizmente também lhe legou uma estranhíssima doença. Era isso que o fazia agora, homem feito, ver-se jogado na cama por dias a fio torturado por pavorosas enxaquecas, seguidas de eternas indisposições estomacais e tonturas de toda ordem.

Uma só Escassa Paixão

Foi este estado lastimoso que fez com que uma sua conhecida Malwida von Meysenburg, uma dedicada senhora casamenteira, não parasse de arranjar-lhe encontros com umas moças que passavam por seu salão. Era uma luta arrancar aquele misógino do fundo da pensão em que estivesse para que fosse dar uma passeio com alguma daquelas prometidas.

Por uma pelo menos ele se interessou - dizem que chegando à paixão - uma jovem russa que vivia no Ocidente chamada pelo exótico nome de Lou Salomé e por quem ele, inutilmente, se entusiasmou por uns oito meses no ano de 1882. Ela, mais tarde, casou-se com o poeta Rainer Maria Rilke, e também freqüentou Freud, de quem se tornou discípula.

O Caso Wagner

Seu melhor momento de relacionamento foi com Richard Wagner e com a mulher dele, Cosima, quando freqüentou assiduamente, em peregrinações de fim de semana, a mansão do compositor em Tribschen, na Suíça. Amizade que começou a desmoronar em 1878 quando farejou no grande mestre sinais de concessões ao gosto popular e acenos indiscretos ao cristianismo, religião a qual ele devotou um ódio crescente. Ao Cristianismo e à idéia da Igualdade!

Wagner, um egocêntrico assumido, queria que o iniciante Nietzsche (era trinta anos mais jovem que o compositor) fosse uma espécie de arauto das suas óperas e não um intelectual independente que "caminhasse junto a ele". Nietzsche, anos depois, disse que os dois, ele e Wagner, eram dois barcos navegando na mesma direção, encontrando-se aqui e ali, mas com rotas diferentes, e que se não se davam bem entre as águas, seguramente o fariam quando se encontrassem num outro lugar. Nos céus!

Um Notável Escritor

Durante mais de dez anos aquele esquisito professor alemão, que chamava a atenção das pessoas por andar com um bigodão de cossaco, trancado com seus livros e papéis em aposentos soturnos, dedicou-se a produzir candentes escritos contra tudo o que era estabelecido e até mesmo o que consideravam não convencional (como o socialismo e o feminismo). Poucos deixam de ler uma página de Nietzsche sem uma forte impressão - a favor ou contra. E que escrita! Ninguém como ele empunhara o alemão assim, a marteladas.

Um Pensador Impressionista

Nada de sistema ou de portentosos tratados, nenhum pedantismo caracteriza os escritos de Nietzsche. Ao contrário, redigiu versos, aforismos, uma prosa de parágrafos curtos, frases secas, certeiras, com extraordinária carga emocional. Realizou uma façanha - era o primeiro pensador moderno da Alemanha a abominar a paixão nacional pelo texto obscuro (religiosamente respeitada pelos intelectuais alemães). Viu-se na pele de um novo profeta: um Zaratustra, o velho mago iraniano, renascido bem no meio da Europa Ocidental. Alguém que vinha anunciar a todos que uma Nova Ordem adviria. E nela, malgrado os crentes, Deus não mais existia! O próprio homem como conhecíamos, desapareceria.

O Super-Homem

Se foramos em algum dia remoto, como Charles Darwin sugerira, um macaco, o homem de agora era uma ponte, uma passagem para um outro devir a ser: o do Übermensh, o super-homem. Liberto dos entraves do bem e do mal, este novo ser, um titã, um colosso egocêntrico, viria para a conquista futura do mundo. Uma nova raça de homens, recuperando e restaurando as autênticas e primitivas pulsões (bárbaras, violentas, extremadas) sufocadas pela moral convencional e pela religião, levaria tudo de roldão.


Loucura e Morte

Paradoxalmente, disse num certo momento, que não queria discípulos. Era serio? Teve-os aos magotes. Endoidou de vez em Turim, em janeiro de 1889, quando acharam-no aos prantos abraçado num cavalo espancado. Durante os dez anos restantes afundou-se numa densa névoa. Morreu na pequena Weimar, a capital cultural da Alemanha, no dia 25 de agosto de 1900. A sua irmã mais nova Elizabeth recolhera-o para lá em 1897, entendendo de que somente o sítio de Goethe era suficientemente ilustre para acolher em seus últimos dias o famoso e infeliz irmão louco.

Fonte: Especial Nietzsche

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Mensagem por Fundador 21st maio 2011, 22:21

Nietzsche: Um Solitário Incompreendido

Neste dia perfeito, em que tudo amadurece e não é somente o cacho que se amorena, acaba de cair um raio de sol sobre a minha vida; olhei para trás, olhei para a frente, nunca vi tantas e tão boas coisas de uma vez. Não foi em vão que enterrei hoje meu quadragésimo quarto ano, eu podia enterrá-lo - o que nele era vida está salvo, é imortal [...] Como não haveria eu de estar grato à minha vida inteira? E por isso me conto minha vida. (Friedrich Nietzsche, Ecce Homo, epígrafe)

Nietzsche nasceu numa família protestante: seus dois avós eram pastores e ele também chegou a pensar em se tornar um.

Aos cinco anos perdeu o pai e o irmão, restando-lhe somente a mãe e a irmão. A família mudou-se de Rocken para Naumburg, onde Nietzsche cresceu e se educou. Em 1858, obteve uma bolsa de estudos na então famosa Escola de Pforta, onde começou a se distanciar do cristianismo. Freqüentou, entre 1864 e 1867, as Universidades de Bonn e de Leipzig, de onde se originou seu interesse por filologia.

De filólogo a filósofo

Em 1869 foi nomeado professor de filologia clássica na Universidade de Basiléia, Suíça, onde permaneceu por dez anos e escreveu boa parte de sua obra: O nascimento da tragédia (1871), A filosofia na época trágica dos gregos (1873), Introdução teorética sobre a verdade e a mentira no sentido extramoral (1873), Considerações extemporâneas (1873/74) e Humano, demasiado humano (1878/80). O desdobramento do filólogo em filósofo deveu-se à leitura do livro de Schopenhauer, O mundo como vontade e representação, que exerceu grande influência sobre seus primeiros escritos.

É também desse período sua amizade com Richard Wagner, a quem, de início, dedicou uma calorosa admiração, especialmente porque via em obras como Tristão e Isolda ou O anel dos Nibelungos, uma espécie de reencarnação da tragédia grega, da cultura dionisíaca. Essa admiração foi arrefecida por volta de 1876, quando percebeu no amigo um prestigiador da mediocridade cultural alemã, acalentado por um círculo de nacionalistas e anti-semitas.

Em 1878, ao receber o libreto de Parsifal, a última obra de Wagner, e notar que era eivada de preconceitos e superstições cristãs, a amizade esfriou ainda mais, redundando num distanciamento cada vez maior, que culminou nos famosos textos em que denunciava a impostura wagneriana: O caso Wagner e Nietzsche contra Wagner (1888).

Apesar de não ter lido os textos na época - até porque não estavam publicados -, Wagner percebeu que ganhara um crítico de grosso calibre, tanto que proibiu, desde então, que o nome de Nietzsche fosse pronunciado nos limites de Bayreuth, sob qualquer alegação.

Solidão, incompreensão e doença

Os primeiros dez anos em Basiléia já revelaram a Nietzsche aquelas que seriam as tônicas de sua vila: a incompreensão de seus textos por seus contemporâneos; a solidão, somente quebrada por alguns poucos amigos; a saúde precária, cujos distúrbios se manifestaram em 1873 com enxaquecas, dores na vista e problemas estomacais e que evoluiriam para a perda da razão em 1889. Na época, a doença não foi diagnosticada; depois, suspeitou-se de um quadro degenerativo de origem sifilítica.

Foi em função da saúde precária que Nietzsche se viu obrigado a pedir demissão da Universidade de Basiléia, em 1879, e começou uma vida errante, percorrendo a Suíça, a Itália, a França e a Alemanha; nesse período, o tempo maior que conseguiu parar em algum lugar foi seis meses. Nessa errância, que durou até a perda da razão, produziu o restante de sua obra: Aurora (1880/81), A gaia ciência (1881/82), Assim falou Zaratustra (1883/85), Além do bem e do mal (1885/86), Genealogia da moral (1887), Crepúsculo dos ídolos (1888), O Anticristo (1888), Ecce homo (1888), além de uma série de fragmentos e notas que somente foram publicados após a sua morte.

Pedidos de casamento recusados, interesses e afetos não-correspondidos teceram a vida amorosa de Nietzsche. Dentre essas recusas, destaca-se a paixão não-correspondida por Lou Andréas-Salomé - uma jovem russa então em viagem com a mãe pela Europa -, que posteriormente seria conhecida como psicanalista e colaboradora de Freud.

Nessa época, o que se formou foi um triângulo amoroso entre Nietzsche, seu amigo Paul Rée e a jovem viajante, entremeado por intrigas e pela oposição preconceituosa da família de Nietzsche à relação amorosa. O episódio terminou com a união de Lou e Paul Rée e o rompimento de Nietzsche com ambos e com a própria família. Já nessa época, ele usava os mais diferentes tipos de drogas para aplacar seus sintomas: sais, soporíferos e haxixe. Após a desilusão com Lou Salomé, perseguiram-no idéias de suicídio: por três vezes, ingeriu doses abusivas de narcóticos.

Foi como um solitário incompreendido que Nietzsche viveu até o fim de seus dias. Numa carta ao amigo Overbeck, ele assim se expressa:

"Se eu pudesse dar-lhe uma idéia do meu sentimento de solidão! Nem entre os vivos nem entre os mortos, não tenho alguém de quem me sinta próximo. Não se pode descrever como é aterrorizador; e apenas o treino em suportar esse sentimento e o caráter progressivo de sua evolução desde a tenra infância permitem-me compreender que não tenha sido totalmente aniquilado por ele."

A incompreensão da obra de Nietzsche por seus contemporâneos chegou ao ponto de o desinteresse das editoras obrigar o filósofo a custear, do próprio bolso a publicação de suas últimas obras. O reconhecimento só viria no final da vida e, mesmo assim, só ganharia força total após a sua morte. Com tudo isso, ele reconhecia, a partir do valor se suas obras, a importância de sua trajetória existencial: "Como não haveria eu de estar grato à minha vida inteira?", diz ele no início de Ecce homo.

Encarnando cada um dos personagens

Das grandes relações que Nietzsche manteve na vida, a maior e mais importante foi com um fiel amigo-colaborador, que o acompanhou até o fim e que foi o responsável pela compilação de todas as suas obras finais: Heinrich Koselitz, que Nietzsche carinhosamente rebatizara com o apelido de Peter Gast (Pedro, o hóspede), por razões desconhecidas para os seus biógrafos, e que assim ficou conhecido desde então. Peter Gast era, além de tudo, músico, o que o habilitou também a transcrever em partituras as poucas e desconhecidas composições musicais que Nietzsche produziu na vida. A ele se referiu o compositor Caetano Veloso, numa de suas músicas:

Peter Gast,
o hóspede do Profeta sem morada,
O menino bonito Peter Gast,
Rosa do crepúsculo de Veneza.


Os primeiros sinais de degeneração mental de Nietzsche aparecera em janeiro de 1889; a doença alastrou-se, levando-o a uma total perda de identidade. A partir de então, ele se designava pelos vários personagens de sua obra: Dioniso, Cristo e outros tantos com os quais se identificara e algum momento da vida.

De qualquer forma, independentemente da doença, talvez seja possível dizer que Nietzsche, de fato, encarnou na própria pele cada um desses personagens, enquanto deles falava. Nada de estranho, pois, que se designasse por seus nomes no final da vida. Nesse estado crepuscular, ainda viveu mais de dez anos sob custódia familiar, primeiro da mãe e depois da irmã. As conseqüências funestas dessa custódia foram a usurpação e deturpação de sua obra, já mencionadas anteriormente.

Morreu em 25 de agosto de 1900, pouco tempo depois da virada do século.


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Mensagem por Fundador 25th junho 2011, 23:52

Friedrich Nietzsche Nietzsche187c
Para muitos não passa de um filósofo racista e anti-democrático, mas para muitos outros um pensador genial que anuncia a filosofia do século XX, libertando o pensamento ocidental de falsas ideias e valores.

Nietzsche nasceu em 1844 em Rocken, uma pequena aldeia perto de Leipzig. Afirmava-se descendente de antigos nobres polacos. O seu pai, Karl Ludwig era pastor luterano. Em consequência do falecimento de seu pai, quando contava apenas 5 anos, a sua mãe foi obrigada a mudar-se para Naumburg. Aí Nietzsche passa a viver num ambiente familiar onde só existem mulheres: a sua mãe, a irmã, a avó e três tias.

Em Outubro de 1864 entra para a Universidade de Bona onde inicia os estudos superiores em filologia e teologia.Era intenção da sua mãe que seguisse a tradição familiar tornado-se padre, como haviam sido a maioria dos seus antepassados. As intenções de Nietzsche eram contudo outras. Não tarda em abandonar os estudos teológicos, concentrando-se na filologia.

No ano seguinte ingressa na Universidade de Liepzig, seguindo o seu professor de filologia Ritschl. Aqui entra em contacto com a filosofia de Schopenhaeur (1865) que o irá influenciar profundamente.

Em 1866, alista-se no exercito na guerra entre a Prussia e a Austria. Durante a instrução caí de um cavalo, ficando hospitalizado 5 meses.Apenas em 1868 retoma do seus estudos na Universidade de Leipzig. É neste ano que estabelece amizade com o compositor Richard Wagner (1813-1883).Nietzsche fica encantado com a sua música e as suas óperas, principalmente com "Tristão e Isolda" e "Os Mestres Cantores".

Em 1869, devido à influencia de Ritschl é nomeado professor ordinário de Filologia Clássica em Basileia. No ano seguinte, a Alemanha entra de novo em guerra, agora contra a França. Nietzsche alista-se no exército agora como enfermeiro, mas pouco depois adoece, contraindo difteria e desinteria.Esta doença provocam-lhe dores de estomago, e aumentam-lhe as dores de cabeça.

A sua carreira de professor de filologia foi marcada por um relativo fracasso, por duas razões: O que Nietzsche gostava era de filosofia e não de filologia, o que gerou frequentes incompreensões na comunidade de filólogos. A sua saúde não parava de piorar, tendo cada vez mais dificuldades em dar aulas, dado que a sua voz se tornara imperceptível aos alunos.

Desde a adolescencia que sofria de várias doenças, como miopia precoce, reumatismos, mas sobretudo de terríveis dores de cabeça cujas causas ainda são objecto de polémica. O acidente de 1866 e a doença contraída em 1870 agravaram a sua já débil saúde. A tudo isto se juntou uma outra terrível doença: uma paralesia progressiva, resultante de uma infecção siflítica que contraiu entre as prostitutas que frequentava.Teria sido esta a doença que levou às manifestações de paranóia e depois à loucura e morte (Nicola Abbagnano).

Devido à doença que sofria (paralesia progressiva) e a outras maleitas viu-se obrigado a abandonar o ensino (1879).

Graças a uma pensão que lhe foi dada pela cidade de Basileia, viu assegurada a sua subsistência, passando a dedicar-se inteiramente à reflexão e escrita filosófica. Vive então na Suíça, França, Itália e na Alemanha.

Os seus últimos dez anos de vida foram particularmente dramáticos. No começo de 1889 é-lhe diagnosticada a citada paralesia progressiva, perdendo a sanidade mental neste mesmo ano. Faleceu a 25 de Agosto de 1900.

Carlos Fontes

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Mensagem por Fundador 6th outubro 2013, 16:51

Deixo abaixo um vídeo que fiz sobre Nietzsche.


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