História da África
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História da África
Considerada o berço da Humanidade, foi em África que foram encontrados os vestígios mais antigos de um hominídeo, os primatas antecessores do género Homo. A maior concentração de achados paleontológicos situa-se no vale do lago Turkana, no Quénia, na Etiópia e Tanzânia. Os restos humanos correspondem aos primeiros representantes do Australopithecus e do Homo habilis.
No Nordeste do continente, até ao IV milénio a.C., surgiu uma das primeiras civilizações da História, a civilização egípcia, que se desenvolveu durante 3.000 anos. Posteriormente, algumas regiões costeiras do Mediterrâneo foram colonizadas pelos fenícios, cartagineses e gregos. Desde finais do século I a.C., todo o Norte do continente passou a fazer parte do Império Romano e foi impregnado pela cultura latina.
Na Idade Média, os vândalos ocuparam a zona Ocidental, e os bizantinos a zona Oriental, até que foram subjugados pelas tropas muçulmanas provenientes da Arábia. O Norte de África tornou-se uma zona totalmente islâmica, unificada pela língua e cultura árabes, e cimentada pela religião islâmica. A Sul do Sara, a chamada África Subsariana era dominada pelos bantos, etnia originária do Norte do Congo, que se impôs às duas etnias vizinhas, a dos bosquímanos e a dos pigmeus.
A conquista islâmica
Os árabes conquistaram o Norte de África entre os séculos VII e VIII e estenderam o seu domínio militar à região do Sara e à costa do Índico, durante o século IX. Depois do século XI, a influência islâmica estendeu-se pelo sul do Sara, garantindo aos territórios ocupados coesão interna e abertura ao comércio com o Mediterrâneo e o Índico.
No interior do continente, coincidindo com a invasão muçulmana, começaram a surgir alguns reinos locais, principalmente na região do Sudão e na zona compreendida entre o sul do deserto e o norte das selvas equatoriais. Foi o caso do reino do Gana, cujo apogeu teve lugar no século XI, e do reino do Mali, entre os séculos XII e XVII. Os soberanos de alguns destes reinos converteram-se ao islamismo. Durante séculos, os árabes negociaram com os reinos africanos, dos quais obtinham ouro, diversas matérias-primas e, sobretudo, escravos.
Exploração e colonização
Em finais do século XV, após a descoberta do caminho marítimo para a Índia pelo Cabo da Boa Esperança, os portugueses estabeleceram feitorias em vários pontos do litoral africano. Rapidamente, ingleses, franceses e holandeses seguiram o seu exemplo.
No início, a presença europeia limitou-se à foz dos rios: primeiro, com enclaves para abastecer as frotas comerciais; depois, com centros de comércio e tráfico de escravos. A escravatura desenvolveu-se extraordinariamente no século XVIII como resultado da procura americana, o que causou enormes danos em termos demográficos. Calcula-se que entre 10 e 28 milhões de escravos africanos foram levados para a América, em condições sub-humanas, para a realização de trabalhos pesados.
No século XIX, algumas expedições penetraram no coração do continente. As novas terras, ricas em matérias-primas, foram cobiçadas pelas potências europeias que, em plena industrialização, precisavam de fontes de abastecimento. Inglaterra, França e outras nações europeias pactuaram a partilha de África no Congresso de Berlim (1884-1885). Algumas décadas depois, os impérios coloniais dominavam quase todo o continente.
Independência
No final da Segunda Guerra Mundial, os movimentos nacionalistas africanos pressionaram os governos europeus para alcançarem a sua independência. O processo de descolonização foi longo. Líbia, Sudão, Marrocos, Gana, Tunísia e Guiné foram os primeiros países a alcançar a soberania entre 1951 e 1958, uma conquista demasiado sangrenta na Argélia e ainda pendente no Sara Ocidental – ocupado por Marrocos desde 1976. Por sua vez, a Espanha foi pressionada para conceder a independência à Guiné Equatorial, em 1968, enquanto Portugal libertou as suas colónias em 1975, um ano depois do final da sua longa ditadura.
Em finais dos anos 60, já existiam no continente mais países independentes do que colónias. A maioria dos novos Estados africanos uniu-se ao movimento dos Países Não-Alinhados, criado em 1961 para defender a política de neutralidade ante os EUA e a União Soviética. Diante da artificialidade das suas fronteiras coloniais, que serviram para delimitar os novos Estados independentes, reivindicou-se uma África unida. Esse sentimento pan-africano conduziu à criação da Organização da Unidade Africana (OUA), em 1963.
A dependência económica das potências industriais, o subdesenvolvimento, a falta de tradições democráticas, a instabilidade política e os permanentes conflitos territoriais e étnicos não permitiram que, a partir da sua independência, os países africanos melhorassem as condições de vida dos seus habitantes. No plano político, a descolonização abriu caminho ao predomínio das ditaduras militares.
No Nordeste do continente, até ao IV milénio a.C., surgiu uma das primeiras civilizações da História, a civilização egípcia, que se desenvolveu durante 3.000 anos. Posteriormente, algumas regiões costeiras do Mediterrâneo foram colonizadas pelos fenícios, cartagineses e gregos. Desde finais do século I a.C., todo o Norte do continente passou a fazer parte do Império Romano e foi impregnado pela cultura latina.
Na Idade Média, os vândalos ocuparam a zona Ocidental, e os bizantinos a zona Oriental, até que foram subjugados pelas tropas muçulmanas provenientes da Arábia. O Norte de África tornou-se uma zona totalmente islâmica, unificada pela língua e cultura árabes, e cimentada pela religião islâmica. A Sul do Sara, a chamada África Subsariana era dominada pelos bantos, etnia originária do Norte do Congo, que se impôs às duas etnias vizinhas, a dos bosquímanos e a dos pigmeus.
A conquista islâmica
Os árabes conquistaram o Norte de África entre os séculos VII e VIII e estenderam o seu domínio militar à região do Sara e à costa do Índico, durante o século IX. Depois do século XI, a influência islâmica estendeu-se pelo sul do Sara, garantindo aos territórios ocupados coesão interna e abertura ao comércio com o Mediterrâneo e o Índico.
No interior do continente, coincidindo com a invasão muçulmana, começaram a surgir alguns reinos locais, principalmente na região do Sudão e na zona compreendida entre o sul do deserto e o norte das selvas equatoriais. Foi o caso do reino do Gana, cujo apogeu teve lugar no século XI, e do reino do Mali, entre os séculos XII e XVII. Os soberanos de alguns destes reinos converteram-se ao islamismo. Durante séculos, os árabes negociaram com os reinos africanos, dos quais obtinham ouro, diversas matérias-primas e, sobretudo, escravos.
Exploração e colonização
Em finais do século XV, após a descoberta do caminho marítimo para a Índia pelo Cabo da Boa Esperança, os portugueses estabeleceram feitorias em vários pontos do litoral africano. Rapidamente, ingleses, franceses e holandeses seguiram o seu exemplo.
No início, a presença europeia limitou-se à foz dos rios: primeiro, com enclaves para abastecer as frotas comerciais; depois, com centros de comércio e tráfico de escravos. A escravatura desenvolveu-se extraordinariamente no século XVIII como resultado da procura americana, o que causou enormes danos em termos demográficos. Calcula-se que entre 10 e 28 milhões de escravos africanos foram levados para a América, em condições sub-humanas, para a realização de trabalhos pesados.
No século XIX, algumas expedições penetraram no coração do continente. As novas terras, ricas em matérias-primas, foram cobiçadas pelas potências europeias que, em plena industrialização, precisavam de fontes de abastecimento. Inglaterra, França e outras nações europeias pactuaram a partilha de África no Congresso de Berlim (1884-1885). Algumas décadas depois, os impérios coloniais dominavam quase todo o continente.
Independência
No final da Segunda Guerra Mundial, os movimentos nacionalistas africanos pressionaram os governos europeus para alcançarem a sua independência. O processo de descolonização foi longo. Líbia, Sudão, Marrocos, Gana, Tunísia e Guiné foram os primeiros países a alcançar a soberania entre 1951 e 1958, uma conquista demasiado sangrenta na Argélia e ainda pendente no Sara Ocidental – ocupado por Marrocos desde 1976. Por sua vez, a Espanha foi pressionada para conceder a independência à Guiné Equatorial, em 1968, enquanto Portugal libertou as suas colónias em 1975, um ano depois do final da sua longa ditadura.
Em finais dos anos 60, já existiam no continente mais países independentes do que colónias. A maioria dos novos Estados africanos uniu-se ao movimento dos Países Não-Alinhados, criado em 1961 para defender a política de neutralidade ante os EUA e a União Soviética. Diante da artificialidade das suas fronteiras coloniais, que serviram para delimitar os novos Estados independentes, reivindicou-se uma África unida. Esse sentimento pan-africano conduziu à criação da Organização da Unidade Africana (OUA), em 1963.
A dependência económica das potências industriais, o subdesenvolvimento, a falta de tradições democráticas, a instabilidade política e os permanentes conflitos territoriais e étnicos não permitiram que, a partir da sua independência, os países africanos melhorassem as condições de vida dos seus habitantes. No plano político, a descolonização abriu caminho ao predomínio das ditaduras militares.
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Re: História da África
O grande explorador do interior africano foi o médico e missionário escocês David Livingstone que defendeu com grande tenacidade a abolição da escravatura; realizou a sua primeira viagem em 1849, durante a qual atravessou o Calaári e chegou ao lago Ngami; noutras viagens alcançou o alto Zambeze, atravessou o continente desde o Zambeze a Luanda, descobriu as famosas cataratas Vitória e o Lago Niassa (1859), explorou o Centro de África e em 1871 foi localizado pelo galês Henry M. Stanley, que com ele explorou o Norte de Tanganica. Livingstone morreu em 1873 nas margens do Lago Bangueolo.
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Re: História da África
Outros famosos exploradores de África foram os alemães Barth e Overweg, que atravessaram o Sara de Tripoli ao Níger e ao Lago Chade; os ingleses Burton e Speke descobriram os lagos Tanganica e Vitória; Grant, juntamente com Speke, visitou o Uganda e África Oriental; Samuel Baker chegou a Gondokoro, nas margens do Nilo, e subiu o Nilo até ao Lago Alberto (1864); o alemão Schweinfurth viajou de Cartum ao Centro de África e comprovou a existência de pigmeus na Bacia do Congo; Stanley, depois do seu encontro com Livingstone, entre 1874-77 explorou o Nilo meridional, circum-navegou o Lago Vitória, desceu pelo Lualaba e pelo Congo até ao Atlântico; o escocês Joseph Thompson explorou a região compreendida entre os lagos Tanganica e Niassa; o alemão Wissmann atravessou duas vezes o continente; o conde húngaro Samuel Teleki descobriu o Lago Rudolfo, hoje chamado Turkama.
Saibot- Membro Regular
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Re: História da África
É um continente cuja história antiga desconhecemos quase por completo. Muitas civilizações africanas não deixaram grandes ruínas ou documentos, sendo que neste último caso algumas delas nem escrita deveríam ter. Isso levanta um problema: a principal característica de uma civilização é a burocracia, que tem origem, obviamente, na escrita. Sem burocracia não temos civilização?
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Re: História da África
Como os europeus dominaram totalmente a África?
Orban89- Historiador Profissional
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Re: História da África
A Segunda Guerra Mundial na África
Orban89- Historiador Profissional
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Re: História da África
Timbuktu - A cidade do saber na África
Orban89- Historiador Profissional
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