Papa Paulo VI e Portugal
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Papa Paulo VI e Portugal
Paulo VI (1963-1978)
A decisão desta concessão fora tomada em Novembro do ano anterior, durante o encerramento da 3ª sessão do Concílio Ecuménico Vaticano II, quando Paulo VI anunciou aos 2.500 eclesiásticos conciliares a oferta da Rosa de Ouro ao Santuário de Fátima.
Refira-se que a concessão da Rosa de Ouro por parte dos pontífices representa um sinal de particular estima ou de distinção de personalidades que prestem relevantes serviços à Igreja, ou ainda para honrar cidades ou realçar santuários importantes, como centros de grande devoção.
Poucos anos mais tarde, a 13 de Maio de 1967, o Santo Padre deslocou-se a Fátima em peregrinação, no cinquentenário da primeira Aparição da Virgem Maria, para pedir a paz no mundo e a unidade da Igreja.
Mas as relações da Santa Sé com Portugal durante o papado de Paulo VI ficaram também marcadas por algumas fricções, particularmente no Verão de 1970, quando, para escândalo das autoridades de Lisboa, o Sumo Pontífice aceitou receber em audiência no Vaticano os líderes dos movimentos de libertação de Angola, Guiné e Moçambique. Esta foi, aliás, a ação de Paulo VI que provocou uma das maiores crises entre Lisboa e o Vaticano. Portugal respondeu com dureza, esperando uma reparação condigna por parte de Roma, o que não veio a acontecer.
Na altura, em sequência do Concílio Vaticano II respirava-se na Santa Sé um clima de novos tempos, enquanto em Lisboa a crise se agudizava com o prosseguir da guerra colonial, sem se avistar uma solução ultramarina. Alguns setores católicos mostravam um empenho bastante visível contra a guerra. Após o impacto da encíclica Pacem in Terris (1963) de João XXIII, com as resoluções do Concílio Vaticano II e a política de modernização da Igreja preconizada por Paulo VI, tinha surgido algum estímulo à procura de soluções para o conflito colonial.
Naturalmente, o fim da guerra colonial e a consolidação da democracia em Portugal, após o 25 de Abril, foram vistas com bons olhos por parte do Vaticano. Desde então, manteve-se entre os dois estados um clima de amizade e compreensão que prosseguiria bastante visível durante o pontificado de João Paulo II.
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