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Papa Gregório I

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Papa Gregório I Empty Papa Gregório I

Mensagem por Fundador 8th março 2012, 15:03

Papa de 590 a 604.

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O papa Gregório I, o Grande, foi o primeiro monge a ascender ao papado e fê-lo numa altura em que a Itália se encontrava numa situação deplorável, em consequência das lutas travadas entre os ostrogodos e o imperador Justiniano.

São Gregório era natural de Roma, filho de um senador e bisneto do papa Félix III. Teve uma educação esmerada, vocacionada para a administração, e no ano 570 foi nomeado presidente do Município da Cidade Eterna. Cinco anos mais tarde, transformou a sua propriedade particular num mosteiro dedicado a Santo André. Depois de ter decidido consagrar a sua vida a Deus, foi ordenado sétimo diácono da Igreja Romana e enviado pelo papa como embaixador à corte bizantina, onde tentou obter ajuda contra os lombardos, que tinham entretanto invadido a Itália. No início do ano 586, após ter regressado a Roma, tornou-se abade do Mosteiro de Santo André.

No ano 590, uma terrível epidemia reclamou a vida do papa Pelágio e o povo escolheu Gregório para novo Sumo Pontífice. Desde o momento em que assumiu o cargo, o papa entregou-se à missão de catequizar e disciplinar a Igreja. Nesse sentido, proibiu aos bispos que cobrassem impostos por enterrar os fiéis nas igrejas e por ordenar sacerdotes, ao mesmo tempo que não permitiu aos diáconos que dirigissem a parte cantada da missa, a menos que tivessem sido escolhidos para tal fim devido à qualidade das suas vozes. Refinou as homilias, dotadas de eloquência e senso comum, o que permitia uma lição moral susceptível de adaptar-se a cada caso. Foi igualmente um excelente administrador da Santa Sé, satisfazendo os súbditos e arrecadando, ao mesmo tempo, dinheiro para os cofres da Igreja.

Entre os múltiplos esforços que levou a cabo no sentido da catequização, sublinhe-se o trabalho desenvolvido em Inglaterra. Nesse sentido, enviou a Londres o prior do seu próprio mosteiro, Agostinho de Cantuária, acompanhado por 40 monges. Atribui-se igualmente a São Gregório a compilação do Antiphonario, a revisão e reestruturação do sistema de música sacra, a composição de vários hinos muito conhecidos e a fundação da famosa Schola Cantorum de Roma. Atribui-se-lhe a incorporação do canto gregoriano na celebração dos ofícios divinos. Contudo, a sua obra projeta-se noutras vertentes. É venerado como o quarto doutor da Igreja, em virtude de ter dado um sentido claro a certas expressões religiosas que até então ainda não tinham sido bem definidas, para além de se ter empenhado no fortalecimento da Santa Sé.

À semelhança do que sucedeu com os seus antecessores, Gregório teve de enfrentar múltiplos desafios, um dos quais era representado pelos lombardos, que ameaçavam conquistar a própria cidade de Roma, o que foi evitado no ano 594 pelo papa, que concordou em pagar um pesado tributo anual para que tal não sucedesse. Bom administrador das grandes propriedades que a Igreja tinha em Roma, o Sumo Pontífice assumiu a liderança política em Itália e reuniu os territórios repartidos por todo o país, o que mais tarde deu origem aos Estados Pontifícios. São Gregório foi igualmente um acérrimo defensor da tradicional aspiração de Roma no que diz respeito à primazia eclesiástica sobre o patriarca de Constantinopla, assim como sobre todos os bispos da Igreja. Quando faleceu em Roma, a 12 de Março de 604, era de tal forma amado pelos fiéis que o próprio povo exigiu, em petição, que fosse canonizado.

"É necessário que o pastor seja puro nos seus pensamentos, inatacável nas suas obras, discreto no silêncio, proveitoso nas palavras, compreensivo com todos, que se entregue à contemplação, que seja companheiro dos bons de uma forma humilde, firme na justiça contra os vícios e os delinquentes. Importa que a ocupação das coisas exteriores não diminua o cuidado com as interiores e que estas não o impeçam de ver as exteriores", escreveu São Gregório na sua Regra Pastoral, pela qual regeu a sua atuação enquanto Sumo Pontífice.

Pragmático, o papa mostrou-se solícito para com os fiéis. Não se preocupou somente com Roma, mas também com as igrejas de Espanha, Gália, Inglaterra, Arménia, do Oriente e de toda a Itália, designadamente as dez províncias que dependiam da metrópole romana. Foi um restaurador incansável da disciplina católica, a ponto de a sua ação ter levado os visigodos à conversão, abandonando o arianismo. São Gregório renovou o culto e a liturgia e reorganizou a caridade na Igreja. As suas obras teológicas e a autoridade das mesmas permaneceram indiscutíveis até à chegada do protestantismo. Deu ao Pontificado um prestígio considerável. A sua voz era escutada e procurada em toda a Cristandade. A sua obra consistiu em curar, socorrer, ajudar, ensinar e cicatrizar, em suma, as feridas abertas por uma sociedade em ruínas, fruto do caos que se instalara após a queda do Império Romano do Ocidente. Contrariamente a alguns dos seus antecessores, não teve que lutar contra desvios dogmáticos, mas sim contra o desespero dos povos vencidos e a soberba dos vencedores. Intitulou-se "servo dos servos de Deus", título que passou a partir de então a ser património de todos os papas.

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