O fim dos Templários
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O fim dos Templários

Os Templários desempenhavam um papel de grande importância em França. Em 1291, quando Filipe IV foi confrontado com uma sublevação popular em Paris, refugiou-se nas instalações da Ordem do Templo. Eram eles que zelavam pelo tesouro real, pois tinham fama de ser excelentes administradores. O seu prestígio era de tal ordem que o próprio grão-mestre, Jacques de Molay, era padrinho do filho do rei.
Filipe há muito que tentava fundir as ordens do Hospital e dos Templários. Imaginava-se a si próprio, aliás, como o grão-mestre dessa grande ordem que ambicionava. Arrecadaria as respetivas riquezas e seria ele o monge-guerreiro que a poesia épica exortava a expulsar os muçulmanos de Espanha.
De Molay, porém, nem sequer queria ouvir falar numa fusão com a Ordem do Hospital. Pior: rejeitou, sem qualquer explicação, a candidatura de Filipe IV à Ordem dos Templários. O destino dos cavaleiros estava traçado, até porque um dos principais conselheiros do rei, Guillaume de Nogaret, não parava de lhe sugerir que a melhor forma de sanear as finanças era acabar com os templários e confiscar-lhes o fabuloso tesouro que possuíam.
O monarca teria de ser cauteloso. Os Templários tinham demasiado poder para fazer o que fez aos judeus, em 1306, quando os expulsou do reino e lhes roubou todos os bens, sob a acusação de sacrilégio e bruxaria. Pediu a Nogaret – que fora excomungado por ter tentado raptar o papa Bonifácio VIII – que arranjasse provas acerca dos crimes dos monges-cavaleiros.
Nogaret, graças aos falsos testemunhos apresentados por Esquin de Béziers (que tinha sido expulso da Ordem do Templo), apresentou ao monarca as "provas" de que este necessitava para acabar com os templários. A 13 de Outubro daquele ano, um pouco por todo o país, os templários foram presos pelas tropas do rei. A data tinha sido escolhida pela coincidência da visita a França de vários líderes templários, incluindo o próprio grão-mestre, Jacques de Molay.
A investida não correu de feição para Filipe, pois quando os seus homens entraram na sede dos Templários, em Paris, o tesouro da ordem tinha desaparecido, tendo sido colocado a bom recato na frota da ordem, que escapou à justa de La Rochelle.
Fruto do ataque foram presos milhares de templários, o que constituía uma ilegalidade, pois os membros da ordem respondiam apenas perante o papa, mas Clemente V deixou o assunto nas mãos de Filipe. Os Templários foram perseguidos por toda a Europa, acusados da prática de toda a espécie de tropelias contra a moral cristã – designadamente desrespeito pelo crucifixo, bruxaria e homossexualidade. Aqueles que acatavam as acusações eram libertados e deixados na miséria. Os que as negavam eram encarcerados para toda a vida. Mais de 120 cavaleiros foram condenados à fogueira pela Inquisição. Após as torturas, confissões e execuções, Clemente V aboliu oficialmente a Ordem dos Cavaleiros Templários a 22 de Março de 1312.
O próprio grão-mestre, alvo de tortura, acabou por confessar, mas fez uma retractação pública e foi queimado vivo. Antes de expirar amaldiçoou Filipe e o papa, condenando-os a prestar contas a Deus no prazo de um ano. Apenas um mês depois, Clemente V faleceu, aparentemente de causas naturais. A 29 de Novembro do mesmo ano, Filipe IV morreu também num acidente a cavalo enquanto caçava.
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