A Grande Saúde
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A Grande Saúde

A grande saúde é apresentada por Nietzsche no quinto livro da Gaia Ciência da seguinte forma: "Nós, homens novos, inominados, difíceis de compreender, precursores de um futuro ainda por abrir, carecemos de novos meios para atingirmos novos fins, carecemos, digo, de uma nova saúde, de saúde mais vigorosa, mais provada, mais resistente, mais intrépida e mais jocunda do que todas as formas de saúde que até aqui existiram. Aquele cuja alma aspira a viver toda a extensão dos atuais valores e aspirações, tendo percorrido todas as costas deste «mediterrâneo» ideal, aquele que pretende conhecer por experiência própria e própria aventura quais os sentimentos de um conquistador e de um explorador do ideal, e, ao mesmo tempo, de um artista, de um santo, de um legislador, de um justo, de um sábio, de um homem piedoso, de um homem de Deus de outras eras, terá, antes de mais nada, necessidade de uma coisa: «grande saúde», saúde que não só possua, mas lhe seja necessário sempre e sempre reconquistar, pois que ela a cada novo dia se perde e tem de perder-se…".
O homem deve então, segundo Nietzsche, viver não cada dia como se fosse o último, mas sim como se o tivesse de viver, exatamente da mesma forma, inúmeras vezes. A conservação da vida não é o objetivo, mas sim experimentar o máximo de situações possíveis, de várias formas e pontos de vista, com vista a uma vida potente e vigorosa, digna de ser vivida inúmeras vezes. É esta a grande saúde, uma saúde em excesso mesmo na doença, uma saúde cheia de vitalidade mesmo no sofrimento. Este é o caminho afirmativo da existência, o caminho trágico que percorre o grande herói nietzschiano.
O "pai" de Zaratustra pretende desmascarar todas as formas de rejeição da vida, de condenação da existência, como se os seres tivessem "culpa" de seguir a sua vontade básica, a vontade de poder. O instinto de expansão é orgânico, é o fundamento da existência, sendo impossível de rejeitar, e por isso a grande saúde é a afirmação desse instinto básico e inerente a todos os seres vivos. A saúde não pode ser dissociada do instinto de crescimento, da mesma forma que a doença não pode ser dissociada da condenação da existência. Esta grande saúde perde-se a cada dia, pois esta não visa a conservação, logo está preparada para a tragédia, a morte e a dor.
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