Iluminismo

Durante o século XVIII difundiu-se na Europa uma corrente de pensamento, o Iluminismo, que se caraterizava pela sua visão racionalista e crítica da natureza do Homem e da sociedade. A nova mentalidade facilitou a pesquisa científica e o estudo das ciências políticas, económicas e sociais. Os Iluministas questionaram as instituições do Antigo Regime e, quanto aos dogmas religiosos, consideravam que tudo se podia explicar mediante a razão. Defendiam o progresso social e queriam o bem estar do país, de modo que eram partidários das reformas sociais, económicas e políticas, que posteriormente beneficiariam também a burguesia.

A divisão de poderes

Em França, na segunda metade do século XVIII, o filósofo francês Montesquieu (1689-1755) aprofundou as ideias do inglês John Locke e estabeleceu a teoria política da divisão de poderes. Segundo esta doutrina, os três poderes do Estado - legislativo, executivo e judicial - deviam depender de pessoas ou instituições diferentes, para se controlarem e compensarem entre si, de modo a evitar abusos. O executivo, reservado ao Rei e aos seus ministros, tinha como objetivo assegurar o cumprimento das leis; o legislativo, a cargo do Parlamento formado pelos representantes da nação, encarregava-se de elaborar as leis; e, finalmente, o judicial, nas mãos dos juízes, tinha como missão castigar os infratores das leis.

A soberania popular

O Iluminista Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) propôs a igualdade entre todos os homens. O Estado tinha que se fundamentar num contrato social, ou seja, num grande acordo em que participassem a liberdade e a igualdade para todos os habitantes de um país, denominados cidadãos. A este contrato dava-se o nome de soberania popular, segundo o qual todos os cidadãos tinham o poder de fazer as leis, expressando a sua vontade através do sufrágio, ou votação. Rousseau foi considerado o pai da democracia parlamentar moderna.

Um vídeo sobre o Iluminismo, com imagens e personagens.

O século XVIII é conhecido como o Século das Luzes ou do Iluminismo: a razão é a luz que guia o ser humano na busca do saber. Os valores tradicionais - políticos, sociais, morais e religiosos - são questionados e substituídos por outros novos e por ideais na altura considerados revolucionários: a Fraternidade, a Igualdade e a Liberdade.