Tragédia Grega
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Tragédia Grega

O culto a Dionísio
Ésquilo, o pai da tragédia
Ésquilo (524-455 a.C.) deu forma definitiva à tragédia ao introduzir um segundo ator - mais tarde aceitou um terceiro, imposto por Sófocles. Também foi o impulsionador de modificações substanciais nos seus aspetos externos (decoração, vestuário, máscaras) e internos (a paixão, o terror, a piedade). As suas personagens são grandiosas: heróis que lutam contra a veleidade dos deuses ou a força inexorável do destino. Das suas numerosas obras, que giram sempre em torno do sentimento religioso, só se conservaram sete, entre as quais sobressaem a trilogia intitulada A Orestíada (na qual Orestes mata a sua própria mãe e o seu amante, para vingar o assassinato do seu pai) e Prometeu Agrilhoado.
Sófocles, o caminho da perfeição
O dramaturgo Sófocles (496-406 a.C.) levou a tragédia grega à perfeição. Embora extraídos da mesma fonte mitológica que os do seu predecessor Ésquilo, os seus argumentos são mais variados e apresentam-se mais desenvolvidos. Para isso contribuiu a introdução de um terceiro ator e o desenvolvimento do diálogo, que adquire grande importância em detrimento dos excertos líricos e dos elementos narrativos. O destino continua a influenciar as personagens, no entanto não se trata de heróis movidos pela fatalidade mas de homens com vontade própria, por isso inspiram mais piedade do que terror. Conservaram-se sete das suas obras, entre as quais se destacam Antígona, Electra e o Rei Édipo.
Eurípides: nem deus nem destino
Eurípides (480-406 a.C.) revolucionou a tragédia, mas as suas obras gozaram de menos sucesso que as de Sófocles, pelo seu excessivo realismo e pessimismo. Se já em Sófocles o mundo dos deuses se apresentava distante e incompreensível, em Eurípides torna-se ainda mais longínquo. Os homens não aparecem como instrumentos manuseados pelos deuses, nem se sentem vítimas do destino, atuando movidos pelos seus impulsos. Eurípides pretende, antes de tudo, impressionar o público e consegue-o através do pateticismo das situações ou com um desfecho inesperado. Uma das suas obras mais conhecidas é a Medeia.
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Re: Tragédia Grega
O filósofo Friedrich Nietzsche diz no seu livro Crepúsculo dos Ídolos o seguinte sobre a tragédia grega: "A afirmação da vida, ainda nos seus mais estranhos e duros problemas; a vontade de viver comprazendo-se em sacrificar as mais altas formas de ser à inesgotabilidade do devir - isto chamei eu dionisíaco, apreendendo-o como a fonte de compreensão do poeta trágico. Não para nos libertarmos do terror e da compaixão, não para nos purificarmos de uma perigosa paixão através de veemente descarga - como Aristóteles erradamente pretendeu - mas para sermos nós mesmos, para nos colocarmos além do terror e da compaixão, na eterna alegria do devir, a alegria que encerra também o gozo do aniquilamento..."
Saibot- Membro Regular
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Re: Tragédia Grega
Vídeo sobre o Teatro na Grécia Antiga, com a Tragédia em destaque.
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