Alcorão

As suas revelações foram compiladas depois da morte de Maomé pelo seu secretário Ziad-ibn-Tha-bit, por ordem do primeiro califa Abubecre. Cerca de 17 anos mais tarde, Otmane, terceiro califa, reviu cuidadosamente o texto e fez a edição que viria a ser considerada como a definitiva.

O Alcorão está escrito em árabe e consta de 114 suras ou capítulos, ordenados consoante a sua extensão, do maior para o menor. Nos primeiros textos, vibra o espírito apaixonado de um profeta: apelos ao seu povo para que retome a adoração de Deus, «o Compassivo, o Misericordioso». No segundo grupo de suras, proclama-se a unidade de Deus, denuncia-se a idolatria e são feitas descrições vivas do juízo final, do céu e do inferno. No terceiro grupo, Maomé insiste com vigor no caráter divino da sua missão. No grupo seguinte - suras de Meca - descreve o islamismo militante, que faz apelo à arbitragem da espada. Nas suras de Medina, finalmente, presenciamos o islamismo triunfante: nelas são instituídos os jejuns, as festas e a peregrinação a Meca e é autorizada a matança de todos os «infiéis».

O estilo é difícil e o significado frequentemente obscuro, mas há passagens de surpreendente energia e grandeza, de verdadeira poesia e de elevados conceitos morais.

O Alcorão é o livro sagrado do Islão, a palavra de Deus transmitida a Maomé (571-632), que foi compilado pouco depois da morte do profeta. É composto por 114 capítulos ou suras, que por sua vez se dividem em versículos rimados, ao estilo da Bíblia. Para a civilização muçulmana, o Alcorão converteu-se no livro por excelência, não só do ponto de vista religioso, mas também literário: contribuiu para dar uniformidade à língua árabe, constituiu-se como modelo gramatical e estilístico e criou as bases retóricas sobre as quais se fundamenta a sua poesia. No entanto, para os ocidentais revela-se uma obra de difícil compreensão devido às suas alusões complexas.