D. Afonso Henriques, Rei
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D. Afonso Henriques, Rei
Ontem, a 19 de abril, no programa “Portugal Secreto T1EP1”, do canalQ, o Professor Mário Barroca mostra e lê uma inscrição na capela de Santa Luzia de Campos, perto de Vila Nova de Cerveira, dividida por duas pedras do antigo mosteiro de Santa Maria da Balboa, extinto no séc XV., que foram reutilizadas na capela posterior de Santa Luzia:
Este (mosteiro) foi feito na era de 1176 reinando o rei Afonso.
O que, convertendo a era Hispânica ou de César (então em uso) na atual era de Cristo, se retira 38 anos e dá 1138.
Relembrei-me de ter lido sobre isso no nº 100 da National Geographic portuguesa, de julho 2009, que tem como tema central D. Afonso Henriques. Aí se refere uma inscrição na capela de Santa Luzia de Campos, perto de Vila Nova de Cerveira, datada de 1138 e publicada por Mário Barroca, em que D. Afonso Hentiques é tratado como rei e se diz que já reinava… Então, não soube mais nada e terei esquecido o assunto.
É um documento que coloca em causa que D. Afonso Henriques apenas tenha sido alçado como rei na batalha de Ourique em 1139 e usado o título só após a mesma. Já se intitularia rei antes.
Este (mosteiro) foi feito na era de 1176 reinando o rei Afonso.
O que, convertendo a era Hispânica ou de César (então em uso) na atual era de Cristo, se retira 38 anos e dá 1138.
Relembrei-me de ter lido sobre isso no nº 100 da National Geographic portuguesa, de julho 2009, que tem como tema central D. Afonso Henriques. Aí se refere uma inscrição na capela de Santa Luzia de Campos, perto de Vila Nova de Cerveira, datada de 1138 e publicada por Mário Barroca, em que D. Afonso Hentiques é tratado como rei e se diz que já reinava… Então, não soube mais nada e terei esquecido o assunto.
É um documento que coloca em causa que D. Afonso Henriques apenas tenha sido alçado como rei na batalha de Ourique em 1139 e usado o título só após a mesma. Já se intitularia rei antes.
Sérgio Sodré- Membro Regular
- Mensagens : 81
Re: D. Afonso Henriques, Rei
A inscrição na capela de Santa Luzia que referi antes, se não for até tardia, foi presumivelmente colocada pelos clérigos num ano em que D. Afonso Henriques já se intitulava rei, e o mosteiro de Santa Maria de Balboa começava a funcionar, e não logo no ano de 1138.
Julgo que se desconhece documentos assinados em nome de D. Afonso Henriques entre 1137 e 1140. A inscrição tanto poderá indicar um facto verdadeiro quanto ser a projeção para trás do que ocorria no ano em que foi gravada. Parece seguro que, pelo menos em 1137, D. Afonso ainda não se intitularia rei.
Eis o que consegui apurar:
No caso do Tratado de Tui celebrado entre Afonso Henriques e Afonso VII de Leão, em 1137, o rei português é apenas mencionado como infans Portugalensis.
Da análise da documentação emanada da chancelaria de Afonso Henriques, no que respeita à análise da intitulação régia, conclui-se que até 1140 D. Afonso Henriques ainda se intitula de infans ou princeps.
Em documento datado de 1132 : "Ego infans Adefonsus Portugalensium patrie princeps et dominus.”
Em documento de Março de 1133, a carta a favor do Mosteiro de Lorvão: “Ego egregius infans Alfonsus dei vero providencia tocius Portugalensis provincie princeps gloriosissimi Ispanie imperatoris nepos et consulis domni Enrrici et regine Tarasie filius …»
O título de rex é atribuído pela primeira vez em 10 de Abril de 1140, na carta de couto de Santa Maria de Vilarinho na intitulação, “Ego egregius rex Alphonsus dei vero providentia totius provincie Portugalensium princeps gloriosissimi Yspanie imperatoris nepos consulis domni Henrici et Tarasie regine filius…”
A utilização de princeps pelo chanceler régio Pedro Roxo nos documentos concentra-se no período de 1135 a 1137.
O termo princeps ainda aparece isoladamente numa doação de Fevereiro de 1141 ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, “…Ego Alfonsus princeps Portugalensis patrie…”.
A mesma designação igualmente num documento de doação em Novembro de 1143, “Ego Alfonsus Portugalensis patrie princeps…”.
Julgo que se desconhece documentos assinados em nome de D. Afonso Henriques entre 1137 e 1140. A inscrição tanto poderá indicar um facto verdadeiro quanto ser a projeção para trás do que ocorria no ano em que foi gravada. Parece seguro que, pelo menos em 1137, D. Afonso ainda não se intitularia rei.
Eis o que consegui apurar:
No caso do Tratado de Tui celebrado entre Afonso Henriques e Afonso VII de Leão, em 1137, o rei português é apenas mencionado como infans Portugalensis.
Da análise da documentação emanada da chancelaria de Afonso Henriques, no que respeita à análise da intitulação régia, conclui-se que até 1140 D. Afonso Henriques ainda se intitula de infans ou princeps.
Em documento datado de 1132 : "Ego infans Adefonsus Portugalensium patrie princeps et dominus.”
Em documento de Março de 1133, a carta a favor do Mosteiro de Lorvão: “Ego egregius infans Alfonsus dei vero providencia tocius Portugalensis provincie princeps gloriosissimi Ispanie imperatoris nepos et consulis domni Enrrici et regine Tarasie filius …»
O título de rex é atribuído pela primeira vez em 10 de Abril de 1140, na carta de couto de Santa Maria de Vilarinho na intitulação, “Ego egregius rex Alphonsus dei vero providentia totius provincie Portugalensium princeps gloriosissimi Yspanie imperatoris nepos consulis domni Henrici et Tarasie regine filius…”
A utilização de princeps pelo chanceler régio Pedro Roxo nos documentos concentra-se no período de 1135 a 1137.
O termo princeps ainda aparece isoladamente numa doação de Fevereiro de 1141 ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, “…Ego Alfonsus princeps Portugalensis patrie…”.
A mesma designação igualmente num documento de doação em Novembro de 1143, “Ego Alfonsus Portugalensis patrie princeps…”.
Sérgio Sodré- Membro Regular
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