Cristóvão Colombo
Página 1 de 1 • Compartilhe
Cristóvão Colombo
Navegador (1451-1506).
Volvidos mais de 500 anos sobre a data da viagem que o elevou aos altares da História, a figura de Cristóvão Colombo continua envolta em polémica - como polémica também já fora a sua vida -, cerne de grandes debates (que vão da sua verdadeira nacionalidade ao julgamento histórico da sua atuação) e alvo de grande interesse.
Colombo - nisto todas as fontes estão de acordo - realizou em 1492, ao serviço dos Reis Católicos, uma viagem transatlântica que o levou até terras então desconhecidas e que hoje sabemos serem ilhas do continente americano. Sendo pacífico o que ficou dito, quase tudo o resto que se pode escrever sobre Cristóvão Colombo (desde logo o seu próprio nome...) deixa de o ser.
Durante muito tempo teve-se como certo que nascera em Génova, embora existam motivos para duvidar de que isso seja totalmente exato. São vários os escritos que reclamam a nacionalidade de Colombo, nomeadamente para Portugal, havendo diversos autores nacionais que sustentam essa tese. São disso exemplo Patrocínio Ribeiro, há longas décadas (1927), e, mais recentemente, Mascarenhas Barreto e Manuel Luciano da Silva.
Independentemente dessa questão, parece também ser pacífico afirmar que, muitos anos antes de empreender a viagem de 1492, viajou no Mediterrâneo Ocidental, fazendo uma temporada em Savona, e que por volta de 1474 desembarcou na ilha de Scio ao serviço dos Di Negro e dos Spinola.
Mais tarde fixado em Portugal, casou e viveu na Madeira com Filipa Moniz, filha do descobridor Bartolomeu Perestrelo. Do matrimónio nasceria Diogo Colombo, o seu filho mais velho. Durante a sua permanência em Portugal, terá viajado em barcos nacionais até à Costa da Mina e, certamente influenciado pelos resultados das viagens de Bartolomeu Dias, apresentou ao rei português, D. João II, um projeto de chegar à Índia navegando para Ocidente, caminho que julgava mais curto.
Já viúvo, por volta de 1485, partiu com o filho para Castela e ali apresentou o seu projeto aos Reis Católicos, que a princípio não se mostraram receptivos a financiar a viagem. Existem registos de que ainda regressou a Portugal em 1488, na tentativa de receber o apoio de D. João II, mas voltaria novamente para Espanha, onde, depois de tentar fazer a Corte aprovar o seu projeto, conseguiu, com a ajuda do padre Juan Perez, alcançar os seus objetivos. Assim, em 1492, ao serviço da rainha Isabel e do rei Fernando (que, entretanto, haviam completado a Reconquista da Península), era nomeado vice-rei e governador dos territórios que viesse a descobrir no Oriente.
Em Agosto desse ano, iniciava a sua empresa marítima, partindo de Palos ao comando de uma frota composta por três pequenas embarcações, a Santa Maria, a Pinta e a Niña. Favorecido pelo bom tempo, depois de passar pelas ilhas Canárias navegou quase em linha reta, acabando por atingir o ilhéu de Watling (Bahamas) no dia 12 de Outubro de 1492. Pouco depois, descobriria outras três ilhas e em finais de Outubro chegava à costa cubana, da qual percorreu 400 quilómetros. Por fim, em meados de Dezembro desembarcava na ilha hoje dividida entre a República Dominicana e o Haiti, por ele baptizada de Hispaniola.
Pensando ter atingido o continente asiático, regressou então a Espanha com a notícia da descoberta, o que lhe valeu os favores dos monarcas, que acabariam por o nomear Almirante do Mar Oceano. Encetou ainda mais três viagens em direção a Ocidente, no decurso das quais descobriu várias ilhas da América Central.
Na sua segunda expedição, iniciada a 25 de Setembro de 1493, descobriu três ilhas (que designou de Guadalupe, Desejada e Maria Galanda) e um pouco mais a sul a ilha Martinica, também pertencente às Pequenas Antilhas. Depois de passar por outras ilhotas, atingiu finalmente Porto Rico, que baptizou de ilha de São João Baptista.
Iniciando a sua terceira viagem a 30 de Maio de 1498, navegou para sul, atingindo uma extensa ilha a que chamou Trinidad e entrou no golfo de Paria, vindo a desembarcar na pequena cidade de S. Domingos. Ali enfrentou graves dificuldades como vice-rei, chegando a ser preso a mando do governo castelhano.
Com o objetivo de atingir o Oriente através de um suposto estreito, iniciou a sua quarta viagem a 9 de Maio de 1502. Apanhado por fortes ventos e mau tempo, acabou por alcançar a ilha de Guananaia, a sul do golfo das Honduras. Depois de navegar pelas costas da Nicarágua, da Costa Rica, de Veragua e do Panamá, o mau estado da frota obrigou-o a desembarcar na Jamaica, onde nas piores condições permaneceu durante meses. Procurando, em vão, a prometida passagem para a Índia, terminou a expedição, em 1504, desgastado, com os seus homens doentes e as naus destruídas.
Acabaria por morrer sem a glória que sonhara, não totalmente votado ao esquecimento mas longe da Corte e das suas Índias, às quais, entretanto, Américo Vespúcio (o homem em honra de quem foi dado o nome ao continente descoberto) chamara de "Novo Mundo".
Volvidos mais de 500 anos sobre a data da viagem que o elevou aos altares da História, a figura de Cristóvão Colombo continua envolta em polémica - como polémica também já fora a sua vida -, cerne de grandes debates (que vão da sua verdadeira nacionalidade ao julgamento histórico da sua atuação) e alvo de grande interesse.
Colombo - nisto todas as fontes estão de acordo - realizou em 1492, ao serviço dos Reis Católicos, uma viagem transatlântica que o levou até terras então desconhecidas e que hoje sabemos serem ilhas do continente americano. Sendo pacífico o que ficou dito, quase tudo o resto que se pode escrever sobre Cristóvão Colombo (desde logo o seu próprio nome...) deixa de o ser.
Durante muito tempo teve-se como certo que nascera em Génova, embora existam motivos para duvidar de que isso seja totalmente exato. São vários os escritos que reclamam a nacionalidade de Colombo, nomeadamente para Portugal, havendo diversos autores nacionais que sustentam essa tese. São disso exemplo Patrocínio Ribeiro, há longas décadas (1927), e, mais recentemente, Mascarenhas Barreto e Manuel Luciano da Silva.
Independentemente dessa questão, parece também ser pacífico afirmar que, muitos anos antes de empreender a viagem de 1492, viajou no Mediterrâneo Ocidental, fazendo uma temporada em Savona, e que por volta de 1474 desembarcou na ilha de Scio ao serviço dos Di Negro e dos Spinola.
Mais tarde fixado em Portugal, casou e viveu na Madeira com Filipa Moniz, filha do descobridor Bartolomeu Perestrelo. Do matrimónio nasceria Diogo Colombo, o seu filho mais velho. Durante a sua permanência em Portugal, terá viajado em barcos nacionais até à Costa da Mina e, certamente influenciado pelos resultados das viagens de Bartolomeu Dias, apresentou ao rei português, D. João II, um projeto de chegar à Índia navegando para Ocidente, caminho que julgava mais curto.
Já viúvo, por volta de 1485, partiu com o filho para Castela e ali apresentou o seu projeto aos Reis Católicos, que a princípio não se mostraram receptivos a financiar a viagem. Existem registos de que ainda regressou a Portugal em 1488, na tentativa de receber o apoio de D. João II, mas voltaria novamente para Espanha, onde, depois de tentar fazer a Corte aprovar o seu projeto, conseguiu, com a ajuda do padre Juan Perez, alcançar os seus objetivos. Assim, em 1492, ao serviço da rainha Isabel e do rei Fernando (que, entretanto, haviam completado a Reconquista da Península), era nomeado vice-rei e governador dos territórios que viesse a descobrir no Oriente.
Em Agosto desse ano, iniciava a sua empresa marítima, partindo de Palos ao comando de uma frota composta por três pequenas embarcações, a Santa Maria, a Pinta e a Niña. Favorecido pelo bom tempo, depois de passar pelas ilhas Canárias navegou quase em linha reta, acabando por atingir o ilhéu de Watling (Bahamas) no dia 12 de Outubro de 1492. Pouco depois, descobriria outras três ilhas e em finais de Outubro chegava à costa cubana, da qual percorreu 400 quilómetros. Por fim, em meados de Dezembro desembarcava na ilha hoje dividida entre a República Dominicana e o Haiti, por ele baptizada de Hispaniola.
Pensando ter atingido o continente asiático, regressou então a Espanha com a notícia da descoberta, o que lhe valeu os favores dos monarcas, que acabariam por o nomear Almirante do Mar Oceano. Encetou ainda mais três viagens em direção a Ocidente, no decurso das quais descobriu várias ilhas da América Central.
Na sua segunda expedição, iniciada a 25 de Setembro de 1493, descobriu três ilhas (que designou de Guadalupe, Desejada e Maria Galanda) e um pouco mais a sul a ilha Martinica, também pertencente às Pequenas Antilhas. Depois de passar por outras ilhotas, atingiu finalmente Porto Rico, que baptizou de ilha de São João Baptista.
Iniciando a sua terceira viagem a 30 de Maio de 1498, navegou para sul, atingindo uma extensa ilha a que chamou Trinidad e entrou no golfo de Paria, vindo a desembarcar na pequena cidade de S. Domingos. Ali enfrentou graves dificuldades como vice-rei, chegando a ser preso a mando do governo castelhano.
Com o objetivo de atingir o Oriente através de um suposto estreito, iniciou a sua quarta viagem a 9 de Maio de 1502. Apanhado por fortes ventos e mau tempo, acabou por alcançar a ilha de Guananaia, a sul do golfo das Honduras. Depois de navegar pelas costas da Nicarágua, da Costa Rica, de Veragua e do Panamá, o mau estado da frota obrigou-o a desembarcar na Jamaica, onde nas piores condições permaneceu durante meses. Procurando, em vão, a prometida passagem para a Índia, terminou a expedição, em 1504, desgastado, com os seus homens doentes e as naus destruídas.
Acabaria por morrer sem a glória que sonhara, não totalmente votado ao esquecimento mas longe da Corte e das suas Índias, às quais, entretanto, Américo Vespúcio (o homem em honra de quem foi dado o nome ao continente descoberto) chamara de "Novo Mundo".
Fundador- Administrador
- Mensagens : 1615
Re: Cristóvão Colombo
Cristóvão Colombo nasceu em Portugal (hipótese)
Provável retrato de Colombo em pormenor de "Virgen de los Navegantes" pintado por Alejo Fernández entre 1500 e 1536A ideia de que Cristóvão Colombo teria nascido em Portugal surgiu em 1915, pois todos os autores anteriores que de algum modo expressaram a sua naturalidade, incluindo os cronistas seus contemporâneos, afirmavam ser italiano ou genovês.
Patrocínio Ribeiro
Em 1915, numa conferência apresentada à Academia das Ciências, Patrocínio Ribeiro defendeu a hipótese de ser natural de Portugal. A origem desta hipótese foi uma reacção à prelecção feita em 1914 por D. Enrique de Arribas y Turull na Sociedade de Geografia de Lisboa onde o conferencista afirmara que Colombo era galego, baseando-se para o efeito em documentos pretensamente encontrados em Pontevedra por Celso García de la Riega, documentação essa que, em 1917, Eladio Oviedo Arce demonstrou ser falsa.
Em 1927 o artigo de Ribeiro é reeditado postumamente com acrescentos e alterações, nele se concluindo que Colombo é natural de Colos no Alentejo e que o seu verdadeiro nome é Cristóvão de Colos. Este mesmo livro inclui um estudo cabalístico da assinatura de Colombo feito pelo médico Barbosa Soeiro, estudo esse que, não trazendo nada de substancial à discussão, abre o caminho para outro tipo de abordagens dentro desta linha de argumentação.
Na sua comunicação, Arribas y Trull apresentara um rol de topónimos dados por Colombo às terras que descobriu no Novo Mundo e fá-los corresponder a topónimos galegos, pretendendo com isso demonstrar que Colombo teria dado às terras que descobriu os nomes da sua própria terra, afirmando mesmo que não deu nenhum topónimo português ou italiano às suas descobertas, embora reconheça que não se pode fazer história com base em homonímias. Para demonstrar a fragilidade da argumentação de Arribas, Patrocínio Ribeiro repete o mesmo exercício, desta vez com topónimos dados às terras a que os portugueses chegaram no Atlântico anteriores às viagens de Colombo e depois faz o mesmo exercício com terras do Alentejo, concluindo que os nomes atribuídos pelo Almirante são alentejanos, e que - pela lógica toponímica - essa seria a terra do navegador.
Leu mal Rui de Pina e João de Barros quando diz que estes não fazem qualquer menção à naturalidade de Colombo, escrevendo que «Em Portugal, que me conste, não há em cronistas nem em documentos inéditos referência alguma aos Colombos, italianos, ou aos Colons, espanhóis. … Rui de Pina e João de Barros só se referem a Cristóvam Colombo pelo feito que o celebrizou, mas duma forma muito breve e vaga».
Continua depois com uma afirmação algo confusa – como já antes o notou Luís de Albuquerque – escrevendo «Pela primeira vez, eu vou procurar explicar, pelo lado mais racional, essa saída misteriosa de Colombo do nosso país baseando-me, exclusivamente, na teoria das hipóteses onde, de resto, se tem baseado, também, toda a enorme bibliografia colombina, como é notório.»
Embrenha-se na cronologia colombina, tomando-a como certa e faz cálculos para determinar o ano de 1483 como o da saída do navegador de Portugal e especula sobre as intenções do futuro almirante, declarando que este se disfarça de genovês, vendedor de livros e mapas, para aceder à casa de Medinaceli. Adiante refere a conspiração de 1484 contra D. João II e associa Colombo à mesma razão porque terá mudado o nome para o genovês Colomo.
É este envolvimento na conspiração contra D. João II que explica a carta do mesmo monarca ao navegador datada de Avis, 20 de Março de 1488 e na qual este autor – que a transcreve com erro de leitura logo no apelido do navegador – vê um salvo-conduto «concedido a quem tinha culpas muito graves no cartório régio» dizendo também que «pode ver-se que o monarca não se dirigia a um genovês e sim a um vassalo seu que residia no estrangeiro».
Moses B. Amzalak
Nesse mesmo ano também é publicado um pequeno estudo de Moses B. Amzalak sobre a assinatura do navegador, no qual, em vez de nela procurar significados a partir do latim ou do grego como os anteriores, busca no hebraico forma de a decifrar e assim saber quem realmente era Cristóvão Colombo.
Pestana Júnior
No ano seguinte aparece um novo livro defendendo a ideia dum Colombo português: Pestana Júnior recusa a explicação de Ribeiro argumentando e pretendendo demonstrar por uma complexa interpretação da assinatura de Colombo que o Almirante, sendo português, é, na realidade, Simão Palha.
G. L. dos Santos Ferreira e António Ferreira de Serpa
Muitos outros autores foram contribuindo com diferentes e, frequentemente, contraditórias ideias em defesa da naturalidade portuguesa do descobridor do Novo Mundo. G. L. dos Santos Ferreira e António Ferreira de Serpa apresentam Cristóvão Colombo como Salvador Gonçalves Zarco, filho ilegítimo do Duque de Viseu e de uma filha de João Gonçalves Zarco.
Mascarenhas Barreto
Mais recentemente há autores dizendo-o de Cuba, no Alentejo, e que o seu nome é Salvador Fernandes Zarco, como é sustentado por Mascarenhas Barreto. Esta última ideia foi popularizada entre o grande público pelo romancista José Rodrigues dos Santos.
Manuel da Silva Rosa e Eric Steele
Manuel da Silva Rosa defende a teoria que Cristóvão Colombo era o nome falso do nobre Português Segismundo Henriques, filho do rei Vladislau III da Polônia exilado na Madalena do Mar na Ilha da Madeira. No seu primeiro livro, o mesmo autor, dissecara a teoria de Mascarenhas Barreto, defendendo que Cristóvão Colombo era na realidade Salvador Fernandes Zarco, explicando algumas dúvidas nessa teoria, e já apresentava nesse mesmo livro a possibilidade que Colombo fosse Segismundo Henriques. Posteriormente adicionou uma terceira teoria com a possibilidade que o Almirante seria D. Diogo, Duque de Viseu, o mesmo que caiu vítima do punhal de D. João II no ano de 1484 embora o seu pendor continuasse focado no Segismundo Henriques como a pessoa que assumiu o nome de Cristóbal Colón em Castela.
Manuel da Silva Rosa foi ainda mais além do que Patrocínio Ribeiro mostrando uma lista de uns 80 nomes tão portugueses como Caxinas, Cabo de Lapa, Natividade, Vale do Paraíso, Cabo Talhado e Cabo Agulhas (estes dois últimos usados por Bartolomeu Dias na descoberta do Cabo da Boa Esperança). Outro facto utilizado por Manuel Rosa são estas palavras de Colombo Lembrem-se Vossas Altezas que eu deixei mulher e filhos e vim da minha terra para os servir escritas desde Lisboa a 4 de Março de 1493, quando regressava da viagem de descoberta. Como Colombo nunca saiu de Itália mas sim de Portugal para servir em Espanha, e como só estava casado em Portugal com a Filipa Moniz essa minha terra refere-se a Portugal.
No documento denominado "Fundación de Mayorazgo", onde Colombo declara a sua naturalidade Genovesa, alguns autores e investigadores levantaram a hipótese de ter sido motivado pelos pleitos que mantiveram seus descendentes com a coroa, e, consequentemente, o declaram como falso ou apócrifo, embora outros investigadores do início do século XX encontraram no Arquivo Geral de Simancas documentos que, segundo eles, mostravam a autenticidade deste documento. Manuel Rosa apresentou evidências que, segundo ele, provariam que a "Fundación de Mayorazgo", com data inicial de 1598, sendo depois um 4 escrito por cima do 5, fora inventada por Baltasar Colombo, litigante no Pleito do Ducado de Verágua, e que o registo no Arquivo Geral de Simancas referir-se-ia à autorização de 1497 para instituir morgado e não a nenhum documento de 1498. Manuel Rosa apresenta ainda evidências que provariam que o documento sobre os Genoveses "Paolo di Negro e Lodovico Centurione" não fazia parte do testamentos de Colombo de 1506 e que fora escrito por outro notário, Pedro Azcoitia, anos após a morte de Colombo e que a autenticidade desse documento fora também contestada durante o Pleito do Ducado de Verágua por haver no documento "de Azcoitia uma falsidade manifesta".
Wikipédia
Provável retrato de Colombo em pormenor de "Virgen de los Navegantes" pintado por Alejo Fernández entre 1500 e 1536
Patrocínio Ribeiro
Em 1915, numa conferência apresentada à Academia das Ciências, Patrocínio Ribeiro defendeu a hipótese de ser natural de Portugal. A origem desta hipótese foi uma reacção à prelecção feita em 1914 por D. Enrique de Arribas y Turull na Sociedade de Geografia de Lisboa onde o conferencista afirmara que Colombo era galego, baseando-se para o efeito em documentos pretensamente encontrados em Pontevedra por Celso García de la Riega, documentação essa que, em 1917, Eladio Oviedo Arce demonstrou ser falsa.
Em 1927 o artigo de Ribeiro é reeditado postumamente com acrescentos e alterações, nele se concluindo que Colombo é natural de Colos no Alentejo e que o seu verdadeiro nome é Cristóvão de Colos. Este mesmo livro inclui um estudo cabalístico da assinatura de Colombo feito pelo médico Barbosa Soeiro, estudo esse que, não trazendo nada de substancial à discussão, abre o caminho para outro tipo de abordagens dentro desta linha de argumentação.
Na sua comunicação, Arribas y Trull apresentara um rol de topónimos dados por Colombo às terras que descobriu no Novo Mundo e fá-los corresponder a topónimos galegos, pretendendo com isso demonstrar que Colombo teria dado às terras que descobriu os nomes da sua própria terra, afirmando mesmo que não deu nenhum topónimo português ou italiano às suas descobertas, embora reconheça que não se pode fazer história com base em homonímias. Para demonstrar a fragilidade da argumentação de Arribas, Patrocínio Ribeiro repete o mesmo exercício, desta vez com topónimos dados às terras a que os portugueses chegaram no Atlântico anteriores às viagens de Colombo e depois faz o mesmo exercício com terras do Alentejo, concluindo que os nomes atribuídos pelo Almirante são alentejanos, e que - pela lógica toponímica - essa seria a terra do navegador.
Leu mal Rui de Pina e João de Barros quando diz que estes não fazem qualquer menção à naturalidade de Colombo, escrevendo que «Em Portugal, que me conste, não há em cronistas nem em documentos inéditos referência alguma aos Colombos, italianos, ou aos Colons, espanhóis. … Rui de Pina e João de Barros só se referem a Cristóvam Colombo pelo feito que o celebrizou, mas duma forma muito breve e vaga».
Continua depois com uma afirmação algo confusa – como já antes o notou Luís de Albuquerque – escrevendo «Pela primeira vez, eu vou procurar explicar, pelo lado mais racional, essa saída misteriosa de Colombo do nosso país baseando-me, exclusivamente, na teoria das hipóteses onde, de resto, se tem baseado, também, toda a enorme bibliografia colombina, como é notório.»
Embrenha-se na cronologia colombina, tomando-a como certa e faz cálculos para determinar o ano de 1483 como o da saída do navegador de Portugal e especula sobre as intenções do futuro almirante, declarando que este se disfarça de genovês, vendedor de livros e mapas, para aceder à casa de Medinaceli. Adiante refere a conspiração de 1484 contra D. João II e associa Colombo à mesma razão porque terá mudado o nome para o genovês Colomo.
É este envolvimento na conspiração contra D. João II que explica a carta do mesmo monarca ao navegador datada de Avis, 20 de Março de 1488 e na qual este autor – que a transcreve com erro de leitura logo no apelido do navegador – vê um salvo-conduto «concedido a quem tinha culpas muito graves no cartório régio» dizendo também que «pode ver-se que o monarca não se dirigia a um genovês e sim a um vassalo seu que residia no estrangeiro».
Moses B. Amzalak
Nesse mesmo ano também é publicado um pequeno estudo de Moses B. Amzalak sobre a assinatura do navegador, no qual, em vez de nela procurar significados a partir do latim ou do grego como os anteriores, busca no hebraico forma de a decifrar e assim saber quem realmente era Cristóvão Colombo.
Pestana Júnior
No ano seguinte aparece um novo livro defendendo a ideia dum Colombo português: Pestana Júnior recusa a explicação de Ribeiro argumentando e pretendendo demonstrar por uma complexa interpretação da assinatura de Colombo que o Almirante, sendo português, é, na realidade, Simão Palha.
G. L. dos Santos Ferreira e António Ferreira de Serpa
Muitos outros autores foram contribuindo com diferentes e, frequentemente, contraditórias ideias em defesa da naturalidade portuguesa do descobridor do Novo Mundo. G. L. dos Santos Ferreira e António Ferreira de Serpa apresentam Cristóvão Colombo como Salvador Gonçalves Zarco, filho ilegítimo do Duque de Viseu e de uma filha de João Gonçalves Zarco.
Mascarenhas Barreto
Mais recentemente há autores dizendo-o de Cuba, no Alentejo, e que o seu nome é Salvador Fernandes Zarco, como é sustentado por Mascarenhas Barreto. Esta última ideia foi popularizada entre o grande público pelo romancista José Rodrigues dos Santos.
Manuel da Silva Rosa e Eric Steele
Manuel da Silva Rosa defende a teoria que Cristóvão Colombo era o nome falso do nobre Português Segismundo Henriques, filho do rei Vladislau III da Polônia exilado na Madalena do Mar na Ilha da Madeira. No seu primeiro livro, o mesmo autor, dissecara a teoria de Mascarenhas Barreto, defendendo que Cristóvão Colombo era na realidade Salvador Fernandes Zarco, explicando algumas dúvidas nessa teoria, e já apresentava nesse mesmo livro a possibilidade que Colombo fosse Segismundo Henriques. Posteriormente adicionou uma terceira teoria com a possibilidade que o Almirante seria D. Diogo, Duque de Viseu, o mesmo que caiu vítima do punhal de D. João II no ano de 1484 embora o seu pendor continuasse focado no Segismundo Henriques como a pessoa que assumiu o nome de Cristóbal Colón em Castela.
Manuel da Silva Rosa foi ainda mais além do que Patrocínio Ribeiro mostrando uma lista de uns 80 nomes tão portugueses como Caxinas, Cabo de Lapa, Natividade, Vale do Paraíso, Cabo Talhado e Cabo Agulhas (estes dois últimos usados por Bartolomeu Dias na descoberta do Cabo da Boa Esperança). Outro facto utilizado por Manuel Rosa são estas palavras de Colombo Lembrem-se Vossas Altezas que eu deixei mulher e filhos e vim da minha terra para os servir escritas desde Lisboa a 4 de Março de 1493, quando regressava da viagem de descoberta. Como Colombo nunca saiu de Itália mas sim de Portugal para servir em Espanha, e como só estava casado em Portugal com a Filipa Moniz essa minha terra refere-se a Portugal.
No documento denominado "Fundación de Mayorazgo", onde Colombo declara a sua naturalidade Genovesa, alguns autores e investigadores levantaram a hipótese de ter sido motivado pelos pleitos que mantiveram seus descendentes com a coroa, e, consequentemente, o declaram como falso ou apócrifo, embora outros investigadores do início do século XX encontraram no Arquivo Geral de Simancas documentos que, segundo eles, mostravam a autenticidade deste documento. Manuel Rosa apresentou evidências que, segundo ele, provariam que a "Fundación de Mayorazgo", com data inicial de 1598, sendo depois um 4 escrito por cima do 5, fora inventada por Baltasar Colombo, litigante no Pleito do Ducado de Verágua, e que o registo no Arquivo Geral de Simancas referir-se-ia à autorização de 1497 para instituir morgado e não a nenhum documento de 1498. Manuel Rosa apresenta ainda evidências que provariam que o documento sobre os Genoveses "Paolo di Negro e Lodovico Centurione" não fazia parte do testamentos de Colombo de 1506 e que fora escrito por outro notário, Pedro Azcoitia, anos após a morte de Colombo e que a autenticidade desse documento fora também contestada durante o Pleito do Ducado de Verágua por haver no documento "de Azcoitia uma falsidade manifesta".
Wikipédia
Fundador- Administrador
- Mensagens : 1615
Re: Cristóvão Colombo
Um excelente site dedicado a Cristóvão Colombo que apresenta muitos textos valiosos e ricos em informação: Documentos sobre Cristóvão Colombo
"O presente sítio tem por objectivo apresentar, de forma organizada, alguns documentos relativos à naturalidade, identificação e percurso social de Cristóvão Colombo, descobridor da América ao serviço dos Reis Católicos em 1492. Por documentos, entende-se transcrições integrais de documentos da época de Cristóvão Colombo, transcrições parciais de outros documentos, notícias, ensaios, etc. A criação deste sítio enquadra-se num ressurgimento do interesse no tema ocasionado pela recente comemoração do 5º centenário da morte do descobridor (1506-2006)."
"O presente sítio tem por objectivo apresentar, de forma organizada, alguns documentos relativos à naturalidade, identificação e percurso social de Cristóvão Colombo, descobridor da América ao serviço dos Reis Católicos em 1492. Por documentos, entende-se transcrições integrais de documentos da época de Cristóvão Colombo, transcrições parciais de outros documentos, notícias, ensaios, etc. A criação deste sítio enquadra-se num ressurgimento do interesse no tema ocasionado pela recente comemoração do 5º centenário da morte do descobridor (1506-2006)."
Fundador- Administrador
- Mensagens : 1615
Re: Cristóvão Colombo
Carta aos Reis Católicos
Carta de Cristóvão Colombo aos Reis Católicos anunciando o Descobrimento da América
Mar de Espanha, 4 de Março de 1493
"... Agora, serenísimos príncipes, acuerde V. Al. que yo dexé muger y hijos y vine de mi tierra a les servir, adonde gasté lo que yo tenía y gasté siete años de tiempo y recibí mill oprovios con disfama y çofrí muchas neçesidades, (y) no quise entender con otros prínçipes que me rogaron, puesto que V. Al. aya dado recaudo a este viaje, que a sido más por inportunidad mía que no por otra cosa, y que no solamente se me a hecho merced, mas aún no se a cumplido lo que se me avía prometido. Yo no demando merçed a V. Al. para athesorar, porque yo no tengo condiçión salvo de servir a Dios y a V. Al. y traer este negocio de las Yndias a perfectión, como el tiempo dará d'ello testimonio; y por tanto les suplico que la honra me sea dada según el serviçio. Agora traigo indios conmigo que an estado en las unas y en las otras y saven la lengua y las costumbres. No más, salvo que la Santísima Trinidad guarde y prospere el real estado de V. Al. a Su santo serviçio. Fecha en la mar de España a cuatro días de março de mill y cuatroçientos y noventa y tres años, en la mar."
Documentos sobre Cristóvão Colombo
Carta de Cristóvão Colombo aos Reis Católicos anunciando o Descobrimento da América
Mar de Espanha, 4 de Março de 1493
"... Agora, serenísimos príncipes, acuerde V. Al. que yo dexé muger y hijos y vine de mi tierra a les servir, adonde gasté lo que yo tenía y gasté siete años de tiempo y recibí mill oprovios con disfama y çofrí muchas neçesidades, (y) no quise entender con otros prínçipes que me rogaron, puesto que V. Al. aya dado recaudo a este viaje, que a sido más por inportunidad mía que no por otra cosa, y que no solamente se me a hecho merced, mas aún no se a cumplido lo que se me avía prometido. Yo no demando merçed a V. Al. para athesorar, porque yo no tengo condiçión salvo de servir a Dios y a V. Al. y traer este negocio de las Yndias a perfectión, como el tiempo dará d'ello testimonio; y por tanto les suplico que la honra me sea dada según el serviçio. Agora traigo indios conmigo que an estado en las unas y en las otras y saven la lengua y las costumbres. No más, salvo que la Santísima Trinidad guarde y prospere el real estado de V. Al. a Su santo serviçio. Fecha en la mar de España a cuatro días de março de mill y cuatroçientos y noventa y tres años, en la mar."
Documentos sobre Cristóvão Colombo
Fundador- Administrador
- Mensagens : 1615
Re: Cristóvão Colombo
Este desenho retrata o navegador Cristóvão Colombo e seus homens fincando o estandarte da Espanha depois de aportar numa ilha das Bahamas, em 12 de Outubro de 1492.
A vida de Colombo sempre foi cercada de mitos, e pouco se sabe sobre seus primeiros anos. Historiadores concordam que ele provavelmente nasceu em Génova, em 1451, apesar de não haver provas conclusivas. Ele provavelmente começou sua carreira no mar quando trabalhava como mercador.
A partir de 1477, Colombo empreendeu uma série de viagens a lugares como Madeira, Irlanda, Gronelândia e Guiné. Nessas viagens, ele aprendeu tudo o que pôde sobre os sistemas de ventos do Atlântico, mas sua grande ambição era descobrir a rota marítima ocidental para Ásia.
Cristóvão Colombo partiu em direção às Índias atravessando o Atlântico em 3 de Agosto de 1492. Ele chegou ao litoral que hoje conhecemos como as Bahamas dez semanas depois, em 12 de Outubro. Ele voltou à Espanha triunfante, e nos próximos seis anos completou mais três viagens pela Coroa espanhola. Ele morreu de complicações decorrentes de gota em 20 de Maio de 1506.
Discovery Channel
Fundador- Administrador
- Mensagens : 1615
Re: Cristóvão Colombo
Casa Colombo
A Casa Colombo-Museu do Porto Santo pretende vir a constituir-se como estrutura sede de um conjunto referencial mais vasto, um museu polinuclear, na identificação da história do Porto Santo.
Afirma-se como espaço de reconhecimento da posição estratégica do Porto Santo no contexto da expansão portuguesa. Propõe ainda áreas dedicadas à presença de Cristóvão Colombo no arquipélago da Madeira e à sua importância na preparação das grandes viagens, até ao descobrimento da América. Cristovão Colombo casara com a filha do primeiro Capitão Donatário do Porto Santo, Bartolomeu Perestrelo.
Uma terceira área expositiva evoca o afundamento, junto à costa norte da ilha do Porto Santo, do galeão Sloot ter Hooge, pertencente à Companhia das Índias Holandesas (V.O.C.), a caminho de Batávia, actual Jacarta, na Indonésia. Estas três áreas temáticas recordam a sucessão de três das maiores potências no comércio mundial: Portugal, Espanha e Holanda.
URL: http://www.museucolombo-portosanto.com/home.html
A Casa Colombo-Museu do Porto Santo pretende vir a constituir-se como estrutura sede de um conjunto referencial mais vasto, um museu polinuclear, na identificação da história do Porto Santo.
Afirma-se como espaço de reconhecimento da posição estratégica do Porto Santo no contexto da expansão portuguesa. Propõe ainda áreas dedicadas à presença de Cristóvão Colombo no arquipélago da Madeira e à sua importância na preparação das grandes viagens, até ao descobrimento da América. Cristovão Colombo casara com a filha do primeiro Capitão Donatário do Porto Santo, Bartolomeu Perestrelo.
Uma terceira área expositiva evoca o afundamento, junto à costa norte da ilha do Porto Santo, do galeão Sloot ter Hooge, pertencente à Companhia das Índias Holandesas (V.O.C.), a caminho de Batávia, actual Jacarta, na Indonésia. Estas três áreas temáticas recordam a sucessão de três das maiores potências no comércio mundial: Portugal, Espanha e Holanda.
URL: http://www.museucolombo-portosanto.com/home.html
Fundador- Administrador
- Mensagens : 1615
Re: Cristóvão Colombo
Há 500 anos atrás, a Espanha era uma nação acorrentada pela superstição e pelo medo, governada pela Coroa e por uma impiedosa Inquisição que perseguia os homens que se atreviam a sonhar. Um homem desafiou este poder. Conduzido pelo seu sentido de destino, ele cruzou o mar de trevas em busca de honra, ouro e da grande glória de Deus. Esse homem chamava-se Cristóvão Colombo.
Fundador- Administrador
- Mensagens : 1615
Re: Cristóvão Colombo
Partida de Colombo rumo à descoberta do Novo Mundo
Fundador- Administrador
- Mensagens : 1615
Re: Cristóvão Colombo
Deixo abaixo um vídeo que fiz sobre Colombo.
Fundador- Administrador
- Mensagens : 1615
Re: Cristóvão Colombo
Mistério da origem de Colombo desvendado este ano
Orban89- Historiador Profissional
- Mensagens : 1409
Re: Cristóvão Colombo
Encontrada a localização da primeira sepultura de Cristovão Colombo
Orban89- Historiador Profissional
- Mensagens : 1409
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos