Imperador Carlos V

Filho do arquiduque de Áustria, Filipe, o Belo, e de D. Joana, a Louca, Carlos V (1500-1558) conseguiu juntar um vasto império, o maior desde os tempos de Carlos Magno. Foi rei de Espanha, com o nome de Carlos I (1516-1556), imperador germânico (1519-1556), príncipe dos Países Baixos (1506-1555) e rei da Sicília (1516-1556).

Enquanto rei de Espanha, a sua política em relação a Portugal pautou-se por uma pacificação, conseguida designadamente pelo seu casamento com a filha de D. Manuel I, Isabel, em 1526.

A nível externo, a política de Carlos V foi marcada pela disputa pela coroa do Sacro Império Romano-Germânico que travou com Francisco I, que contava com o apoio do papa Clemente VII. Após três guerras (1521-1529, 1536-1538 e 1539-1544), Francisco I reconheceu a soberania de Carlos V sobre os Países Baixos e Itália, na Paz de Crépy (1544), mas a luta viria a reacender-se mais tarde, com Henrique II.

Em 1521, pelo Édito de Worms, Carlos V baniu do Sacro Império o fundador do Protestantismo, Martinho Lutero. Continuando a sua luta contra a Reforma Protestante, em 1552 Carlos V acabou por ser vencido por Maurício da Saxónia.

Após a Paz de Augsburgo (1555), decidiu abdicar, dividindo o seu império em dois, entregando-os ao irmão Fernando e ao filho Filipe.

A eleição de Carlos I de Espanha como Imperador Carlos V (1519-1556) estabeleceu a hegemonia dos Habsburgos na Alemanha, Países Baixos, Espanha, Nápoles e grande parte do Novo Mundo; mas as suas vastas possessões não aumentaram o seu poder imperial. O Protestantismo dividiu a Alemanha, devendo-se o seu triunfo, em parte, às guerras que Carlos V teve de manter com Francisco I e Henrique II da França e às invasões da Hungria pelo Sultão Solimão, o Magnífico. Os reformistas protestantes alcançaram tal força, que Carlos V se viu obrigado, em 1552, a reconhecer a Convenção de Passau, durante a qual se convocou uma Dieta - celebrada em Augsburgo em 1555 - para pacificar a Alemanha.