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D. Sebastião

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Mensagem por Fundador 15th maio 2011, 22:06

D. Sebastião D.sebastiao
D. Sebastião, o Desejado (Lisboa, 20 de Janeiro de 1554 - Alcácer Quibir, 4 de Agosto de 1578), reinou de 16 de Junho de 1557 até à morte.

O seu nascimento foi um dos episódios mais intensamente vividos na história do reino de Portugal. Naquela noite de Inverno, o Terreiro do Paço estava cheio de gente que aguardava, ansiosamente, pelo desenrolar do parto da rainha. Por fim, veio o anúncio que todos esperavam: nasceu o Desejado. As gentes lusas suspiraram de alívio. A questão da sucessão estava, assim, resolvida.

D. Sebastião foi, de facto, um filho ansiado para suceder a seu avô, D. João III, pois apesar deste último ter tido vários filhos, todos morreram precocemente. O jovem príncipe não chegou a conhecer o pai, D. João, que falecera 18 dias antes do nascimento. A mãe, D. Joana de Áustria, abandonou-o quatro meses depois, porque, de acordo com o contrato de casamento, teve de regressar a Castela após a morte do marido.

O Desejado ascendeu ao trono com apenas três anos. Era, como seria de esperar, o centro das atenções e o alvo de todas as aspirações. No ambiente adulatório em que cresceu, visto como o garante da independência da pátria, faltou a figura paterna, que com a sua autoridade teria moldado a personalidade do jovem monarca. Todas essas condicionantes contribuíram para que se tornasse caprichoso e egocêntrico, com uma grande dose de imaturidade. Segundo J. Veríssimo Serrão, tinha "uma personalidade não equilibrada - falta de bom senso, tendência impulsiva, fraco poder de reflexão, capricho em se ver obedecido".

Com uma criança de tenra idade a ascender ao trono, a cerimónia de coroação teve características diferentes das tradicionais. Os costumes básicos foram mantidos, como o desfraldar da bandeira e o pregão, realizados diante do povo. Contudo, outros foram introduzidos, como o facto de o pequeno D. Sebastião, sentado na "cadeira real", estar ladeado pelas suas armas e não pelos primeiros dignitários do reino.

Face à incapacidade do jovem governar sozinho, foi nomeada regente D. Catarina, sua avó, que prosseguiu a política de D. João III quanto ao Norte de África. Porém, o medo de que Portugal perdesse a independência a favor do reino vizinho era ainda grande e D. Catarina viu-se acusada de colaboração com a Corte espanhola, acabando por pedir a demissão do cargo, em 1562, continuando apenas como tutora de D. Sebastião. Nessa altura, o cardeal D. Henrique assumiu a regência até que o herdeiro do trono completasse 14 anos.

Apesar de se ter tornado um jovem pouco culto, a educação de o Desejado não podia ter sido feita com mais cuidados nem por pessoas mais capazes. Teve por mestres padres e cavaleiros, entre os quais o humanista e jesuíta Luís Gonçalves da Câmara e o matemático Pedro Nunes. Segundo Frei Bernardo da Cruz "(...) Os avós ordenaram quatro semilheres a El-Rei: D. Pedro de Menezes, D. Fernão Alvares de Noronha, D. Duarte d'Almeida, Felix Moniz, e o aio D. Aleixo de Menezes, por serem velhos e sufficientes pera o instruir em toda a boa criação política e tratamento dos seus vassallos, e a cortesia que havia de usar com os Reis e Principes de estrangeiros reinos. (...) ordenaram ao mesmo tempo dar-lhe mestre que o ensinasse a ler e escrever em latim com outros bons costumes, e o confessar ao padre Luiz Gonçalves da Camara, religioso da Companhia de Jesus, o qual neste tempo estava em Roma, e foi chamado por ser nobre e virtuoso, docto das historias e antiguidades humanas, e mui lido nos annaes dos antigos Reis (...) Tinha o mestre d'El-Rei por companheiro Amador Rebelo e Mauricio" (Chronica d'El-Rei D. Sebastião).

Contudo, quando começou a governar, em 1568, o jovem monarca relegou os estudos para segundo plano, preferindo dedicar-se aos desportos, como a caça de voltaria e de monte. Nessa altura, foi posto à prova com dois acontecimentos, a lei dos patacões e a peste grande. Contrariamente ao que se poderia esperar, tendo em conta a sua personalidade, impôs-se pela forma como soube solucionar os dois graves problemas. Ao longo do reinado, implantou diversas reformas administrativas, legislativas e sociais.

Senhor de grande vaidade e com uma enorme vontade em ser obedecido sem discussão, as alterações que então fez na coroa e no título pelo qual era chamado são exemplo da sua forma de estar no trono. Com D. Sebastião o tradicional título de alteza deu lugar ao de majestade, enquanto a coroa aberta dos reis se fechava, à maneira dos imperadores.

De todos os ministros que com ele colaboraram, apoiou-se fortemente nos irmãos Luís e Martim Gonçalves da Câmara, assim como em Martinho Pereira, que foram o principal garante da administração a partir do momento em que o rei se dedicou a preparar a fatídica expedição ao Norte de África. Ao longo dos anos, as opiniões dos historiadores em relação à administração de D. Sebastião dividiram-se. Alguns têm defendido que o monarca era fortemente influenciado, e mesmo manipulado, pelos validos e pelos irmãos Gonçalves da Câmara. Outros têm afirmado que, embora sensível à opinião daqueles que o rodeavam, era um rei determinado, capaz de decidir por si. Foi ainda referido como afável, jovial, compassivo, corajoso, justo e amigo dos pobres, embora seja consensual que tinha os seus momentos de cólera.

Apesar de ter mantido os seus principais objetivos nas praças do Norte de África, D. Sebastião fez os possíveis por socorrer as populações nos períodos de fome e epidemia, tentando evitar a opressão do povo, especialmente dos mais desfavorecidos. Em relação à política externa, sempre manifestou grande desprezo pelas iniciativas diplomáticas que tinham por objetivo encontrar-lhe esposa. Surgiram os nomes de Margarida de Valois, Isabel Clara de Áustria, Maximiliana da Baviera, entre outras, mas como referiu o embaixador de Espanha, "falar-lhe em casamento é falar-lhe em morte".

Em 1574, os incessantes ataques das potências do Norte da Europa ao domínio português no Índico e no Atlântico provocaram a ida de D. Sebastião às praças marroquinas de Tânger e Ceuta. Na realidade, a situação em Marrocos tinha-se agravado e era de facto urgente aumentar a segurança das praças e defender o Algarve dos ataques dos mouros. Ao mesmo tempo, prosseguia no Brasil, tal como em África, a colonização e a procura de metais preciosos.

Regressado entretanto ao reino, o monarca ambicionava, porém, a definitiva batalha, como símbolo daquilo que pretendia alcançar, a figura do cavaleiro heróico. Tal imagem teria que ser obtida em Marrocos, com uma expedição que desde logo levantou inúmeras vozes discordantes. D. Miguel de Meneses insistiu para que o rei não partisse para o Norte de África sem antes deixar ao país seis ou sete filhos. Por seu lado, o cardeal D. Henrique recusou-se a assumir a regência, numa tentativa de fazer o Desejado mudar de ideias. Como era habitual, D. Sebastião não ouviu os conselhos. De Espanha veio também a discordância do rei, mas visto que o jovem não mudou de ideias, Filipe II ofereceu-lhe 50 galés, com cinco mil soldados, e a mão da filha. Para Marrocos, D. Sebastião levou toda a nobreza do reino. No país ficou encarregue do governo uma junta presidida pelo bispo de Lisboa.

A 4 de Agosto de 1578 viria a dar-se o desastre que provocou um fatal golpe para o progresso, o desenvolvimento e a prosperidade de Portugal. Na batalha de Alcácer Quibir, apoiado por tropas mal preparadas, D. Sebastião foi derrotado e morto. Solteiro e sem descendentes, deixou a questão da sucessão novamente em aberto.

Para o resultado da fatídica batalha, contribuíram diversos factores. Em primeiro lugar, o exército que acompanhou o rei estava longe de ser o ideal. Por outro lado, D. Sebastião estava mais preocupado em lutar pessoalmente contra os mouros do que em delinear a estratégia de combate e dirigir as operações, algo que só a ele competia. Conta-se, inclusive, que alguns esquadrões portugueses foram aniquilados, enquanto aguardavam, estáticos, por ordens superiores. Em suma, pode dizer-se que faltou preparação ao exército, bom senso ao monarca e capacidade de persuasão aos seus conselheiros para levarem D. Sebastião à razão.

Apesar do corpo do rei ter sido reconhecido e sepultado em terras africanas, a nação recusou-se a acreditar na sua morte. Nascia, assim, o mito do sebastianismo, a crença do seu regresso numa manhã de nevoeiro.

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Mensagem por Fundador 15th maio 2011, 23:09

Descoberta do Retrato Perdido

D. Sebastião 220px-RetratoD.Sebastiao
Em Novembro de 2010 foi encontrado na Áustria um retrato do rei, dado como desaparecido há 400 anos. O quadro estava no Castelo Schönberg, mas o protagonista era identificado como sendo um nobre austríaco. A obra é da autoria de Alonso Sanchez Coello e foi pintada na corte portuguesa em 1562.

O retrato mostra o soberano em idade adulta, com barba e bigode, numa representação de busto a 3/4 envergando armadura de gala com gola de folhos. Da decoração da armadura sobressai a Cruz de Cristo, de que é visível o braço superior, com uma forma mal representada, o que nos leva à conclusão da autoria por um pintor espanhol ou italiano, mais familiarizados com este tipo de cruz do que com as formas rectas da Cruz de Cristo.

O retrato está carregado de simbolismo, não apenas pela inclusão da Cruz de Cristo, como pela legenda que encima o quadro "Sebastianus I Lusitanor R" (Sebastião I Rei dos Portugueses), que remete para o início do mito de D. Sebastião.

Wikipédia

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Mensagem por Fundador 21st janeiro 2012, 16:05

Dedicatória de Luís de Camões a D. Sebastião

Em Os Lusíadas, Luís de Camões dirige-se a D. Sebastião, rotulando-o de garante de «Lusitana antiga liberdade»; diz que ele é a «certíssima esperança / De aumento da pequena Cristandade» (a luta contra os Mouros); oferece ao seu rei o canto do louvor dos portugueses, demonstrando «um novo exemplo / de amor dos pátrios feitos valerosos». Posteriormente, engrandece o posto de D. Sebastião, dando-lhe conta da honra que é ser rei de um tão nobre povo: «E julgareis qual é mais excelente / se ser do Mundo Rei, se de tal gente».

A seguir, Luís de Camões reporta-se ao classicismo, ao cantar não apenas os heróis referidos, mas também «os outros em quem poder não teve a morte», colocando os portugueses acima dos heróis clássicos: «As verdadeiras vossas são tamanhas, / Que excedam as sonhadas, fabulosas, / Que excedam Rodamonte, e o vão Rugeiro, / E Orlando, inda que fora verdadeiro» - ou seja, os feitos dos portugueses são superiores a Rodamonte, herói de Boiardo, a Rugeiro, herói de Ariosto, e a Orlando, herói francês.

No final, Camões incita D. Sebastião a que continue a empresa de reconquista africana: «Em vós os olhos tem o Mouro frio, / Em quem vê seu exício afigurado».

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Mensagem por Fundador 21st janeiro 2012, 16:07

Mais informações sobre este rei português em Reinado de D. Sebastião

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