Gabriel Malagrida

Missionário italiano (1689-1761).

Como jesuíta partiu para missões no Brasil em 1721 e, em 1750, seguiu para Lisboa. Fez o retiro espiritual de preparação para a morte de D. João V, tendo entretanto regressado ao Brasil. A rainha viúva chamou-o a Lisboa em 1754, tendo aproveitado o terramoto, que teve lugar no ano seguinte, para dar uma interpretação providencialista e exortar os lisboetas, com os seus pregões. Difundiu igualmente um folhetim com as suas ideias, que entrava em confronto com um que o marquês de Pombal fez circular, referindo-se ao terramoto como uma catástrofe natural. Pombal desterrou-o em 1756 para Setúbal e, posteriormente, conduziu-o à Inquisição, perante a acusação de ser um falso profeta. Condenado à morte, foi garrotado e queimado em praça pública no Rossio.

Últimos dias

"O primeiro aniversário da tentativa de regicídio (3 de Setembro de 1759) foi celebrada com a publicação da lei de expulsão dos jesuítas. Todos os padres atingidos pelo decreto viram-se embarcados em navios e transportados para os Estados Pontifícios, como que remetidos ao papa, seu patrono. Gabriel Malagrida, o visionário, parece ter enlouquecido no seu cárcere do Forte da Junqueira. Tinha alucinações, arroubos místicos, falava com o invisível.

Sebastião de Carvalho (futuro marquês de Pombal), que, por carta de 6 de Julho de 1759, fora feito conde de Oeiras, degrada-se num dado momento, assumindo a posição de delator. Como familiar do Santo Ofício, denuncia Gabriel Malagrida por heresia. E, por heresia, o jesuíta é conduzido aos cárceres da Inquisição e submetido aos tratos (tortura). A 20 de Setembro de 1761, num auto de fé, em pleno Rossio, sofreu a pena do garrote e da fogueira."

História de Portugal