Humanismo

O Humanismo é a vertente filosófica e literária do Renascimento, que procurou recuperar o legado cultural da Antiguidade Clássica greco-latina e reconciliá-lo com a tradição cristã ocidental.

Os humanistas defendiam o antropocentrismo do mundo, no qual o homem ocupava o lugar central - em oposição ao teocentrismo medieval - mas sem negar a existência e o poder de Deus. Propunham uma religiosidade mais individual e direta, mais livre das interferências do clero e das instituições religiosas.

Nos principais centros humanistas, como Florença, Roma e outras cidades italianas, estudava-se o latim, o grego e as obras clássicas. Os escritores Francesco Petrarca e Giovanni Boccaccio foram os seus precursores.

No campo da Filosofia, o holandês Erasmo de Roterdão recusa a intolerância escolástica, critica a guerra, a avareza, os vícios da Igreja e nega a predestinação. Vives, de Espanha, afirma que os sentidos abrem caminho ao conhecimento, propõe o método indutivo e inicia a Psicologia. Giordano Bruno, de Itália, defende a ideia de um infinito sem ponto central e de uma única matéria universal, da qual Deus seria o intelecto.

Na literatura poética, o italiano Ariosto cria o poema épico cavaleiresco, lendário e realista. Tasso exprime o sentimento religioso da Contra-Reforma. Rabelais (França) faz poemas satíricos e epicuristas. Camões cria a épica dos descobrimentos marítimos. Marlowe, inglês, recupera a tradição germânica do Dr. Fausto. Ben Jonson, também inglês, retoma as lendas sobre os alquimistas e Gil Vicente faz novelas picarescas. Shakespeare, com dramas históricos, comédias de intrigas e tragédias, torna-se o maior dramaturgo de todos os tempos.

Entre os humanistas italianos destacam-se Coluccio Salutati (1331-1406), Giovanni Pico della Mirandola (1463-1494), Lorenzo, o Magnífico (1449-1492), fundador da Academia Platónica em Florença, e Marsilio Ficino (1433-1499), que quis conciliar a filosofia clássica com a religião cristã.

Admiro muito Pico della Mirandola.
Numa altura em que a desigualdade,a crueldade e injustiça era extrema contra os índios por parte dos espanhóis, este senhor pregou a igualdade entre os povos e a tolerância.

Hoje em dia o Humanismo é o nosso mal. O Homem venera demasiado a si próprio, esquecendo que não é o único ser vivo que habita neste planeta.
Considera-se demasiado antropocêntrico, assumindo-se dono do mundo e mal-estimando-o.