Arianos

Por volta de 1500 a.C. as tribos arianas que povoavam o norte da Índia e que falavam uma língua indo-europeia avançaram para o sul da península seguindo o leito do Ganges. Os arianos dominavam o uso do cavalo e, além disso, estavam equipados com armas de ferro. Assim, impuseram-se militarmente às povoações indígenas. Esta época histórica da Índia é conhecida como o período védico e caracteriza-se pela falta de concretização de um estado mais ou menos centralizado. Não ficou demonstrado que a chegada dos arianos foi a única causa da decadência das culturas neolíticas, mas foi sem dúvida um dos motivos decisivos.

Na Índia, no período védico (desde a entrada dos arianos até ao século VI a.C.), usava-se uma língua chamada sânscrito. Os textos hindus mais antigos que se conhecem em sânscrito são escritos religiosos denominados textos védicos (Os Veda). Este primeiro sânscrito que se conhece recebeu o nome de sânscrito védico. Estes textos, no entanto, foram previamente transmitidos pela oralidade. Portanto, pode dizer-se que o sânscrito era uma língua religiosa relativamente artificial, que era claramente baseada nos antigos dialetos hindus. O uso posterior do sânscrito como língua literária é um sinal que deixou de ser uma língua exclusivamente religiosa. Durante muitos séculos, o sânscrito significou na Índia o que o latim significou na Europa.

No período védico desenvolveu-se a formação de castas, um sistema de divisão social que agrupava as pessoas segundo uma rigorosa hierarquia. A mistura de crenças indígenas e arianas deu origem à religião hindu, que consolidou um sistema social marcado pela profissão e que era hereditário e irrevogável, já que era de origem divina. A sociedade hindu organizou-se como uma grande comunidade económica na qual cada casta cumpria a sua função. Brâmanes (sacerdotes) e kshatriyas (nobres e guerreiros) estavam no topo da pirâmide social. Seguiam-se os vaisyas (comerciantes e camponeses) e os sudras (artesãos e jornaleiros). Na base da pirâmide estavam os sem casta, os párias.