Florbela Espanca
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Florbela Espanca
Poetisa (1894-1930).
Filha ilegítima de João Maria Espanca e de Antónia da Conceição Lobo, foi registada como “filha ilegítima de pai incógnito” mas foi criada pelo pai e pela mulher deste, Mariana do Carmo Ingleza.
Frequentou a escola primária em Vila Viçosa. O seu primeiro poema terá sido escrito no fim do ano de 1903, ao qual deu o nome de A Vida e a Morte. Concluiu o curso liceal em Évora, onde viveu até 1917, ano em que rumou para a capital, tendo frequentado a Faculdade de Direito, na qual, de entre os seus 347 alunos inscritos apenas 14 eram do sexo feminino.
Em 1920, estreou-se com Livro de Mágoas e notabilizou-se pela perfeição do soneto. A sua obra reflecte e, ao mesmo tempo, inspira-se nas mágoas que marcaram a sua vida: a doença (neurastenia), os abortos, a morte do irmão, que a deixou na mais profunda depressão e a quem dedicou o livro As Máscaras do Destino, e os casamentos frustados – esteve casada pelo civil com Alberto de Jesus Silva Moutinho, António José Marques Guimarães (natural de Matosinhos, terra na qual Florbela Espanca passou a residir) e pelo religioso com Mário Pereira Lage.
Profissionalmente, para além da sua produção literária, colaborou com as revistas Portugal Feminino, Civilização, e também desempenhou as funções de tradutora de romances franceses para a Livraria Civilização, do Porto, atividade que desenvolveu desde 1927 até ao fim dos seus dias.
Está presente nos seus escritos a procura da morte e o sonho de alcançar a felicidade. Apesar da visão depressiva que tinha da vida, a sua poesia denota a perfeição que tanto tentou agarrar e que poderá traduzir-se numa das suas mais célebres frases: “Ser Poeta é ser mais alto, é ser maior do que os homens!”. Seria precisamente depois da morte que os seus poemas viriam a imortalizá-la.
Nos últimos anos de vida, a neurose da escritora agravou-se consideravelmente, estado este que resultou em várias tentativas de suicídio. Assim, na noite de 7 para 8 de Dezembro, dia em que faria 36 anos, pôs fim à vida através da ingestão de dois frascos de Veronal.
Outras obras da sua autoria: Livro de Sóror Saudade (1923) e, postumamente, Charneca em Flor (1930), As Máscaras do Destino (1931) e Diário do Último Ano (1982).
Filha ilegítima de João Maria Espanca e de Antónia da Conceição Lobo, foi registada como “filha ilegítima de pai incógnito” mas foi criada pelo pai e pela mulher deste, Mariana do Carmo Ingleza.
Frequentou a escola primária em Vila Viçosa. O seu primeiro poema terá sido escrito no fim do ano de 1903, ao qual deu o nome de A Vida e a Morte. Concluiu o curso liceal em Évora, onde viveu até 1917, ano em que rumou para a capital, tendo frequentado a Faculdade de Direito, na qual, de entre os seus 347 alunos inscritos apenas 14 eram do sexo feminino.
Em 1920, estreou-se com Livro de Mágoas e notabilizou-se pela perfeição do soneto. A sua obra reflecte e, ao mesmo tempo, inspira-se nas mágoas que marcaram a sua vida: a doença (neurastenia), os abortos, a morte do irmão, que a deixou na mais profunda depressão e a quem dedicou o livro As Máscaras do Destino, e os casamentos frustados – esteve casada pelo civil com Alberto de Jesus Silva Moutinho, António José Marques Guimarães (natural de Matosinhos, terra na qual Florbela Espanca passou a residir) e pelo religioso com Mário Pereira Lage.
Profissionalmente, para além da sua produção literária, colaborou com as revistas Portugal Feminino, Civilização, e também desempenhou as funções de tradutora de romances franceses para a Livraria Civilização, do Porto, atividade que desenvolveu desde 1927 até ao fim dos seus dias.
Está presente nos seus escritos a procura da morte e o sonho de alcançar a felicidade. Apesar da visão depressiva que tinha da vida, a sua poesia denota a perfeição que tanto tentou agarrar e que poderá traduzir-se numa das suas mais célebres frases: “Ser Poeta é ser mais alto, é ser maior do que os homens!”. Seria precisamente depois da morte que os seus poemas viriam a imortalizá-la.
Nos últimos anos de vida, a neurose da escritora agravou-se consideravelmente, estado este que resultou em várias tentativas de suicídio. Assim, na noite de 7 para 8 de Dezembro, dia em que faria 36 anos, pôs fim à vida através da ingestão de dois frascos de Veronal.
Outras obras da sua autoria: Livro de Sóror Saudade (1923) e, postumamente, Charneca em Flor (1930), As Máscaras do Destino (1931) e Diário do Último Ano (1982).
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Re: Florbela Espanca
Ser Poeta
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Florbela Espanca
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
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Re: Florbela Espanca
Um vídeo que dedico a Florbela Espanca - "De que noite demorada/Ou de que breve manhã/Vieste tú, feiticeira/De nuvens deslumbrada".
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