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D. Afonso II

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Mensagem por Fundador 2nd maio 2011, 16:50

Nasceu em Coimbra e reinou de 1211 a 1223.

Travou este soberano uma prolongada luta contra as forças feudalizantes: a Igreja e os senhores terra-tenentes, grandes proprietários fundiários. Decidindo-se por um revigoramento da autoridade real, fragmentada e minimizada pelas doações feitas no reinado de D. Sancho I, ordenou confirmações de propriedades e privilégios, lançando a prática dos registos sistemáticos e das leis gerais dimanadas do seu conselho ou cúria.

As lutas fronteiriças com Leão foram sanadas pelo ressurgimento da ameaça almóada, obrigando a uma coligação dos dois reinos cristãos rivais, que em Navas de Tolosa (1212) derrotaram decisivamente as forças muçulmanas.

A lenta integração do Alentejo no espaço português, se não foi impressionante nos seus resultados, determinou as linhas de força da expansão territorial futura, que só sob D. Afonso III atingiria a plenitude.

Foi casado com D. Urraca, filha de Afonso VII de Castela.

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Mensagem por Saibot 20th agosto 2011, 16:16

Filho de D. Sancho I e de D. Dulce de Aragão, era ainda jovem quando sofreu uma enfermidade tão grave que, segundo testemunhos da época, foi qualificado como milagre o facto de ter sobrevivido. As crises de saúde, porém, sucederam-se durante toda a vida e os sintomas tornaram-se cada vez mais visíveis: deformações da pele e da carne, inchaços e feridas. Pensava-se que sofria de lepra e, por isso, era conhecido por Gafo, que significava leproso. Hoje julga-se que se tratava apenas de uma doença com sintomas semelhantes. Devido às suas características físicas, o terceiro rei de Portugal foi cognominado de o Gordo, muito embora a sua presença gentil contrariasse a estatura agigantada. Relatos descreviam-no "de fermosa presença e estatura, grosso em demasia, mas mui fermoso de rosto, porque tinha a testa grande, os olhos fermosos e castanhos, a barba e cabelo castanho, a boca grande, mas grossa e de boa graça, o nariz grande algum tanto levantado no meio, mui amigo de criar curiosamente o cabello da cabeça, e barba, que trouxe muito comprida até engordar, mas depois a costumava cortar muito rente [...] de corpo quasi agigantado [...] e gordo em demasia".

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Mensagem por Saibot 20th agosto 2011, 16:34

Quando subiu ao trono, em finais de Março de 1211, preocupou-se mais com a administração do reino do que com o comando das tropas, que continuavam a lutar contra os mouros. Defensor dos direitos régios, o monarca adoptou uma política de centralização jurídico-administrativa, baseada nos princípios do Direito Romano, muito inovadora em relação à Europa do seu tempo. O seu cognome poderia ter sido o Legislador, atendendo à sua dedicação na organização jurídica e administrativa do reino. Seguindo a linha de pensamento de que os portugueses formam um todo nacional e que têm de conhecer por que leis se regem, estava decidido a pôr ordem na vida pública, mesmo que para isso fossem postos em causa alguns direitos universalmente consagrados, bem como os interesses das classes privilegiadas, perdendo, assim, a amizade destas.

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Mensagem por Saibot 20th agosto 2011, 17:02

Embora a D. Afonso II interessasse mais fortalecer o poder régio do que empreender grandes expedições para alargar o território, o monarca teve cuidado em defender as fronteiras e, por isso, concedeu às ordens militares grandes áreas da Beira Baixa e Alentejo. O facto de não possuir o ardor de conquistador pode justificar as limitadas glórias militares que ocorreram durante a sua governação. Não detinha o espírito guerreiro do seu pai e avô e, contra os costumes de então, não acompanhava as tropas nas batalhas. Foi portanto sem a chefia de D. Afonso II que os exércitos portugueses lutaram, ao lado dos castelhanos, aragoneses e franceses pela defesa da Península contra os mouros, derrotando-os na Batalha de Navas de Tolosa, em 1212. Esta vitória deu ao monarca a supremacia militar sobre os outros reinos cristãos peninsulares. Nessa altura, os almóadas davam provas de fragilidade. Era o momento ideal para anular a ameaça que representava a localidade muçulmana de Alcácer do Sal, que se localizava num ponto estratégico para os exércitos inimigos atacarem Portugal. Em 1217, os portugueses conquistaram definitivamente aquela praça, com o auxílio dos cruzados. Foi a única conquista do seu reinado e o monarca não a presenciou: "Afonso II não quis tomar parte da empresa de Alcácer, porque andava ocupado a reivindicar para si o reino".

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Mensagem por Fundador 8th março 2012, 14:46

As qualidades de D. Afonso II

D. Afonso II D.+Afonso+II
"É tão significativa a política deste príncipe que não seria fácil conceituá-la de dois modos diversos. Legislador, quase sem excepção as suas leis tendem a fortificar o poder real. Foi a primeira de todas a declaração solene de que a ele era inerente a suprema magistratura judicial e de que os juízes não eram mais do que representantes seus.

Vimos como as outras manifestações da sua alma, os atos próprios e espontâneos reproduziam sempre a ideia capital que o guiava. Tímido para a guerra estrangeira, era audaz e firme contra as resistências domésticas tendentes a coarctar-lhe a autoridade ou a ferir os interesses do fisco. Absolutamente falando, as confirmações gerais e os inquéritos sobre o estado da fazenda pública representam um pensamento de organização e de ordem; mas, se atendermos às circunstâncias em que ainda se achava a nação, aos motivos que os haviam suscitado e à frouxidão em prosseguir no antigo sistema de dar força e energia ao povo por meio das instituições municipais, é licito crer que essas e outras providências análogas patenteiam mais os impulsos do interesse pessoal do que o desejo de constituir e ordenar a sociedade civil. Afonso teve dois dotes eminentes, a economia e a firmeza governativa, teve-os, até, com excesso; mas esses dotes estavam longe de bastar à necessidade dos tempos, e os sucessos posteriores provaram que os esforços do príncipe para tornar o trono mais sólido e independente surtiram bem pouco efeito."

in História de Portugal de Alexandre Herculano

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